Ansiedade em Cães: Como o Estresse Pode Afetar o Coração do Seu Melhor Amigo

Seu cão é ansioso? Descubra como cuidar desse problema e transformar o dia a dia do seu melhor amigo em momentos mais tranquilos, felizes e saudáveis.

Você sabia que a ansiedade e a saúde cardíaca dos cães estão profundamente conectadas? Pois é! O estresse e a tensão podem mexer diretamente com o ritmo do coração, aumentando o risco de problemas cardíacos no seu amigo de quatro patas.

A ansiedade, aquela sensação de angústia que muitos cães sentem, pode ser desencadeada por diversos fatores: traumas, medos, solidão, mudanças de ambiente e até mesmo a rotina corrida dos tutores. Esse distúrbio não é brincadeira — ele mexe com os hormônios, os neurotransmissores e todo o equilíbrio químico do organismo do cão, podendo levar a problemas de saúde ainda mais sérios.

E não para por aí. O estresse emocional, tão comum nos ambientes urbanos cheios de barulho e agitação, é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares. Quando combinado com outros vilões, como o sedentarismo e a obesidade, o perigo só aumenta.

Mas aqui vai um alerta: Nem todo cão ansioso vai mostrar os mesmos sinais! Alguns podem ficar hiperativos, outros podem perder pelos ou lamber as patas sem parar. Tem aqueles que ganham ou perdem peso de repente, desenvolvem feridas que demoram a cicatrizar ou até mudam radicalmente o apetite. Cada cão reage de um jeito, e é nosso papel ficar atentos a esses detalhes.

Cuidar da saúde mental do seu pet não é só uma questão de carinho — é uma forma de proteger o coração e o bem-estar do seu melhor amigo.


Dicas para Reduzir a Ansiedade e Proteger o Coração do Seu Cão

  1. Rotina é Tudo: Os cães adoram previsibilidade. Estabeleça horários para alimentação, passeios e brincadeiras. Isso traz segurança e reduz a ansiedade.
  2. Exercícios Físicos: Passeios diários e brincadeiras ajudam a gastar energia, combatem o sedentarismo e melhoram a saúde cardíaca.
  3. Enriquecimento Ambiental: Brinquedos interativos, ossos e atividades que estimulem a mente do cão são ótimos para distraí-lo e aliviar o estresse.
  4. Cuidado com a Solidão: Se o seu cão fica muito tempo sozinho, considere a companhia de outro pet ou até mesmo um dog walker para fazer companhia.
  5. Consultas Regulares com o Veterinário: Os check-ups frequentes ajudam a identificar problemas cardíacos e de ansiedade logo no início, facilitando o tratamento.


Curiosidade: O Coração dos Cães e o Estresse

Assim como nos humanos, o coração dos cães também sofre com o estresse crônico. A liberação excessiva de hormônios como o cortisol pode levar a arritmias, aumento da pressão arterial e, em casos mais graves, até insuficiência cardíaca. Por isso, é preciso cuidar da saúde física e mental do seu pet.


Cães, Praias e Aventuras: Quando os Pets Entram de Cabeça na Vida Humana

Quem disse que praia, viagens e diversão são só para humanos? Cada vez mais, os cães estão se tornando parte ativa da nossa rotina, mergulhando de cabeça em experiências que antes pareciam exclusivas das pessoas. E não é difícil entender por quê: cães são companheiros natos, sempre prontos para uma nova aventura ao nosso lado.


Nadar: Mais do que um Instinto, uma Diversão

Para muitos cães, nadar não é apenas um instinto natural — é uma verdadeira paixão! Raças como Labradores, Golden Retrievers e até mesmo os pequenos Poodles adoram se jogar na água. Nadar, além de ser uma atividade divertida, é um exercício completo: fortalece os músculos, melhora a saúde cardíaca e ajuda a gastar energia, especialmente para cães mais agitados.

Mas atenção: nem todo cão nasceu para ser um campeão de natação. Alguns precisam de um pouco mais de incentivo (e segurança) para se aventurar na água. Coletes salva-vidas próprios para cães são uma ótima opção para garantir que a diversão seja segura.


Praias: O Paraíso dos Cães

Levar o cão à praia é como presentear um amigo com um dia no paraíso. A areia, o mar e a liberdade de correr sem coleira (em áreas permitidas, é claro!) são um combo irresistível para qualquer pet. Além disso, a praia é um ótimo lugar para socializar: seu cão pode fazer novos amigos e gastar energia de forma saudável.

Mas, antes de sair de casa, lembre-se de alguns cuidados:

  • Escolha praias pet-friendly
  • Leve água fresca para evitar a desidratação
  • Proteja as patinhas do calor excessivo da areia
  • Não se esqueça de recolher os “presentinhos” que seu cão deixar pela praia


Participando da Vida Humana: Cães que Viajam, Acompanham e se adaptam

Os cães estão cada vez mais integrados à nossa vida, e isso inclui viagens, passeios e até mesmo momentos de trabalho. Muitos tutores levam seus pets para explorar novos lugares, seja em uma trilha, um parque ou até mesmo em viagens de carro ou avião.

E o melhor? Os cães adoram! Para eles, o que importa não é o destino, mas estar ao lado de quem amam. Com um pouco de planejamento — como escolher hotéis pet-friendly, levar itens essenciais (coleira, comida, brinquedos) e garantir que o cão esteja confortável e saudável — qualquer viagem pode se tornar uma experiência incrível para todos.


Um Recado Final

Incluir os cães na nossa rotina não só fortalece o vínculo entre tutores e pets, mas também melhora a qualidade de vida deles. Seja nadando, correndo na praia ou acompanhando-nos em uma viagem, os cães nos mostram que a vida fica muito mais rica quando compartilhada.

Lembre-se: um cão feliz é um cão saudável. Cuidar da saúde mental do seu pet não só melhora a qualidade de vida dele, mas também protege o coração que tanto nos ama. Afinal, amor e cuidado são os melhores remédios para quem nos faz tão felizes.


Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

 

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O que é o Procedimento de Rashkind e por que ele é essencial para recém-nascidos?

Procedimento de Rashkind 

O Procedimento de Rashkind, também conhecido como atriosseptostomia por balão, é uma intervenção cardíaca paliativa e minimamente invasiva, realizada em recém-nascidos com cardiopatias congênitas críticas que dependem da mistura de sangue entre os átrios para sobreviver. Seu principal objetivo é ampliar a comunicação entre os átrios (criando ou aumentando uma comunicação interatrial), permitindo a mistura de sangue oxigenado e não oxigenado e, assim, melhorando a circulação e a oxigenação do organismo.


Esse procedimento é indicado principalmente para condições como:

  • Transposição das Grandes Artérias (TGA) com comunicação interatrial restritiva
  • Drenagem Anômala Total de Veias Pulmonares (DATVP)
  • Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico (SCEH)
  • Atresia Pulmonar
  • Atresia Tricúspide


Como o procedimento é realizado?

Durante o procedimento, um cateter com um balão na ponta é inserido através de um vaso sanguíneo, geralmente na virilha, e guiado até o coração com o auxílio de imagens de raio-X (fluoroscopia). O cateter é cuidadosamente posicionado no átrio esquerdo, passando pelo forame oval — uma abertura natural entre os átrios presente em recém-nascidos.

Uma vez no local, o balão é inflado e, em seguida, puxado de volta para o átrio direito. Esse movimento, amplia a abertura do septo atrial ou cria uma nova comunicação entre os dois átrios. Essa abertura permite que o sangue rico em oxigênio (vindo dos pulmões) se misture com o sangue pobre em oxigênio (vindo do corpo), melhorando a oxigenação do sangue que circula pelo organismo.

O procedimento é rápido e minimamente invasivo, sendo realizado em poucos minutos. Ele é essencial para estabilizar recém-nascidos com cardiopatias críticas, até que uma cirurgia corretiva definitiva possa ser realizada.

Procedimento de Rashkind


O que é o forame oval?

O forame oval é um pequeno orifício localizado no septo do feto. O septo é a parede entre os lados direito e esquerdo do coração. O forame oval serve como uma passagem para o sangue fluir do lado direito para o lado esquerdo do coração fetal


Por que o forame oval é importante em uma septostomia?

Graças ao forame oval, bebês que apresentam defeitos cardíacos cianóticos podem sobreviver por alguns dias após o nascimento. Essa pequena abertura natural entre os átrios permite que uma pequena quantidade de sangue rico em oxigênio se misture com o sangue pobre em oxigênio, mantendo a circulação e a oxigenação do corpo. No entanto, quando o forame oval se fecha naturalmente, essa passagem desaparece, e o bebê deixa de receber sangue oxigenado suficiente, colocando sua vida em risco. Nesses casos, é necessária uma intervenção imediata. Foi nesse contexto que a septostomia por balão, desenvolvida em 1966, se tornou um avanço médico revolucionário.

Em casos em que o forame oval já está fechado, a septostomia pode criar um orifício no septo interatrial, utilizando um cateter com lâmina especial. Embora a ideia de criar um orifício no coração possa parecer contraditória, essa intervenção é essencial para a sobrevivência de alguns bebês.


Pacientes com cardiopatias críticas

Em condições ideais, crianças diagnosticadas com cardiopatia crítica ainda no período fetal devem nascer em hospitais especializados e equipados para realizar o procedimento imediatamente após o nascimento, seguido pela cirurgia apropriada para cada caso.  Embora não esteja isento de complicações, como arritmias ou lesões vasculares, o procedimento é altamente eficaz e pode salvar muitas vidas, proporcionando uma condição mais estável e segura para a cirurgia definitiva.


Como saber se o procedimento foi bem-sucedido?

Em geral, uma septostomia atrial é bem-sucedida se qualquer uma destas condições for atendida:

  • A quantidade de oxigênio nas artérias do seu bebê aumenta em 10%.
  • O orifício no septo está pelo menos 33% mais largo do que era antes do procedimento.
  • Há uma diferença mínima na pressão arterial entre os átrios direito e esquerdo.


Importância do procedimento na medicina

O procedimento de Rashkind revolucionou o tratamento de cardiopatias congênitas críticas, como a transposição das grandes artérias e a síndrome do coração esquerdo hipoplásico. Ele permitiu que recém-nascidos com condições graves tivessem uma chance de sobreviver até a realização de cirurgias corretivas. Além disso, é um exemplo marcante de como a medicina intervencionista pode salvar vidas com técnicas menos invasivas, rápidas e altamente eficazes, reduzindo riscos e melhorando a qualidade de vida desses pequenos pacientes.


Links de referência:

https://www.msdmanuals.com/pt/casa/multimedia/image/septostomia-atrial-com-bal%C3%A3o-procedimento-de-rashkind

https://my.clevelandclinic.org/health/treatments/23042-septostomy.


Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

 

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Hemograma: O exame que interpreta sua saúde

O que o seu sangue revela sobre sua saúde?

Uma simples gota de sangue pode fornecer informações valiosas sobre o seu organismo. Os exames laboratoriais permitem identificar desde condições comuns, como anemia, até doenças mais complexas, como diabetes e problemas cardiovasculares. Ao analisar componentes como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, os médicos detectam inflamações, infecções e outras alterações que podem indicar riscos à saúde.

Além disso, exames de sangue também auxiliam no monitoramento de funções essenciais do organismo, como os níveis de colesterol, glicose e hormônios, permitindo ajustes na alimentação, estilo de vida e tratamentos médicos. Marcadores específicos indicam predisposição para certas doenças, ajudando na prevenção e acompanhamento no acompanhamento de condições crônicas. Por isso, a realização periódica desses exames é fundamental para manter a saúde em equilíbrio e garantir um diagnóstico precoce quando necessário.

O processo de análises clínicas, desde o momento da coleta até o início da realização do exame, envolve uma série de etapas cuidadosas para garantir a precisão e a confiabilidade dos resultados. 

 

O sangue é composto por quatro principais elementos: Glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos); Glóbulos brancos (leucócitos); Plaquetas (trombócitos) e Plasma.

Glóbulos Vermelhos: Responsáveis por transportar oxigênio dos pulmões para o corpo e ajudam a remover o dióxido de carbono. Níveis baixos podem indicar anemia, e níveis altos podem sugerir problemas como desidratação ou doenças pulmonares.

Glóbulos Brancos: São parte do sistema imunológico e ajudam a combater infecções. O aumento pode indicar infecção, inflamação ou doenças mais graves, enquanto a diminuição do número de leucócitos pode sugerir problemas no sistema imunológico.

Plasma: É a parte líquida do sangue, composta principalmente por água (cerca de 90%), mas também contém proteínas, sais minerais, hormônios, gases dissolvidos e nutrientes. Ele corresponde a cerca de 55% do volume total do sangue e tem uma coloração amarelada. O plasma é essencial para o transporte de células sanguíneas, nutrientes, resíduos metabólicos e outras substâncias pelo corpo.

Plaquetas: São fragmentos de células presentes no sangue, produzidos na medula óssea, que desempenham um papel importante na coagulação sanguínea e na cicatrização de feridas. Quando ocorre uma lesão vascular, as plaquetas se agrupam no local para formar um “tampão” e liberam substâncias que ajudam a iniciar o processo de coagulação, evitando a perda excessiva de sangue.

Elementos do sangue: Plasma, glóbulos e plaquetas

 

O que é um Hemograma e por que ele é importante?

O hemograma completo é um dos exames de sangue mais comuns e importantes na medicina, que fornece informações detalhadas sobre as células do sangue, ajudando a avaliar a saúde geral do paciente e a identificar possíveis problemas, como infecções, anemias, inflamações ou distúrbios no sistema imunológico.

O hemograma é dividido em três partes principais, que avaliam diferentes tipos de células e componentes do sangue:

  1. Série Vermelha (Eritrograma): Analisa os glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias), responsáveis pelo transporte de oxigênio no corpo. Parâmetros avaliados:
  • Hemácias: Quantidade de glóbulos vermelhos.
  • Hemoglobina (Hb): Proteína que transporta oxigênio. Níveis baixos podem ser um sinal de anemia, enquanto níveis altos podem indicar problemas como doença pulmonar crônica.
  • Hematócrito (Ht): Porcentagem de glóbulos vermelhos no volume total de sangue. Mede a proporção do volume de glóbulos vermelhos em relação ao volume total de sangue. Pode ajudar a identificar anemia ou desidratação.
  • VCM (Volume Corpuscular Médio): Indica o tamanho médio dos glóbulos vermelhos. Pode ajudar a diagnosticar diferentes tipos de anemia, como a anemia ferropriva.
  • HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): Quantidade média de hemoglobina por hemácia.
  • CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): Concentração de hemoglobina nas hemácias.
  • RDW (Amplitude de Distribuição dos Eritrócitos): Variação no tamanho das hemácias.
  1. Série Branca (Leucograma):Analisa os glóbulos brancos (leucócitos), que fazem parte do sistema imunológico e defendem o corpo contra infecções e agentes estranhos. Parâmetros avaliados:
  • Leucócitos totais: Quantidade total de glóbulos brancos.
  • Neutrófilos: Combatem infecções bacterianas.
  • Linfócitos: Atuam na defesa contra vírus e na produção de anticorpos.
  • Monócitos: Atuam na defesa contra infecções e na limpeza de tecidos mortos.
  • Eosinófilos: Relacionados a alergias e infecções parasitárias.
  • Basófilos: Envolvidos em processos alérgicos e inflamatórios.
  1. Plaquetas (Trombócitos): As plaquetas são essenciais para a coagulação sanguínea e o controle de sangramentos. Ajudam na coagulação do sangue e na cicatrização de feridas. Contagens baixas podem aumentar o risco de sangramentos, enquanto contagens altas podem aumentar o risco de trombose.
  • Volume Plaquetário Médio (VPM): tamanho médio das plaquetas.

 

Conclusão

O hemograma completo é um exame essencial para avaliar a saúde geral e identificar possíveis alterações no organismo. Através da análise das células sanguíneas, ele oferece informações valiosas para o diagnóstico de anemias, infecções, inflamações e outras condições. Por ser simples, rápido e de grande utilidade clínica, é uma ferramenta indispensável tanto para check-ups de rotina quanto para o acompanhamento de tratamentos específicos. Manter os exames em dia é uma forma eficaz de cuidar da saúde e prevenir futuras complicações.

 

Links de referência:

https://hilab.com.br/blog/como-interpretar-hemograma/

https://blog.sabin.com.br/medicos/como-interpretar-o-hemograma/

 

Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

 

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O Papel da Inteligência Artificial na Cirurgia Cardíaca

Como algoritmos estão otimizando diagnósticos, planejamento cirúrgico e monitoramento pós-operatório.

A Inteligência Artificial (IA) está revolucionando a cirurgia cardíaca, trazendo avanços que melhoram a precisão dos procedimentos, otimizam diagnósticos e aprimoram o acompanhamento dos pacientes. Tecnologias como aprendizado de máquina, robótica e modelagem 3D permitem uma abordagem mais personalizada e segura, reduzindo riscos e tempo de recuperação. Com a integração da IA, o futuro da cirurgia cardíaca caminha para cirurgias menos invasivas, decisões mais assertivas e um cuidado mais eficiente, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes. Vejam alguns exemplos:

– A IA pode estar integrada à máquina de circulação extracorpórea (CEC), otimizando o controle da circulação sanguínea durante a cirurgia. Os algoritmos podem ajustar dinamicamente o fluxo sanguíneo e a oxigenação, adaptando-se às necessidades específicas do paciente em tempo real.

– Robôs cirúrgicos, podem desempenhar um papel mais ativo, melhorando a precisão dos movimentos e permitindo cirurgias mais precisas e menos invasivas.

– Análise de dados clínicos, imagens e sinais vitais, conseguem identificar precocemente condições cardíacas, possibilitando intervenções mais rápidas e eficazes, reduzindo o risco e melhorando os resultados.

– A IA pode analisar grandes conjuntos de dados genômicos, clínicos e de imagens, permitindo a personalização de tratamentos individualizados.

– A possibilidade de utilizar simuladores avançados para treinar a equipe cirúrgica, permitindo a prática em ambientes virtuais antes de procedimentos reais, melhorando a habilidade e confiança dos profissionais.

– Após a cirurgia, pode monitorar continuamente os pacientes, identificando complicações e reduzindo o tempo de recuperação.

– Desenvolver sistemas avançados, proporcionando aos cirurgiões uma visualização mais detalhada e aprimorada durante a cirurgia.

A evolução da Inteligência Artificial (IA) na cirurgia cardíaca abre caminho para um futuro mais preciso e personalizado, onde cada paciente pode receber um tratamento adequado às suas necessidades individuais. A IA possibilita a análise de grandes volumes de dados, auxiliando na tomada de decisões mais assertivas, na identificação precoce de complicações e na automação de processos que aumentam a eficiência cirúrgica. No entanto, para que essas inovações sejam aplicadas de forma eficaz, é essencial que os profissionais da saúde se mantenham atualizados e capacitados. O aprendizado contínuo e a adaptação às novas tecnologias são fundamentais para garantir que seja utilizada de maneira segura e ética, sempre com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento e dos resultados clínicos.

É essencial seguir as novidades na área, usar as tecnologias mais recentes e explorar seu potencial para beneficiar pacientes e a carreira profissional.

Sites relacionados:

https://newsnetwork.mayoclinic.org/pt/2021/12/16/um-estudo-da-mayo-clinic-descobre-que-um-algoritmo-de-ia-baseado-em-eletrocardiograma-ecg-pode-prever-a-sobrevida-do-paciente-a-longo-prazo-apos-a-cirurgia-cardiaca/

https://www.mayoclinic.org/departments-centers/ai-cardiology/overview/ovc-20486648

https://www.philips.com.br/a-w/about/news/archive/standard/article/2025/20250205-10-trends-in-healthcare-technology-for-2025.html

Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

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Autotransfusão Intraoperatória (ATIO) e Sua Aplicação na Obstetrícia

Autotransfusão Intraoperatória (ATIO) e Sua Aplicação na Obstetrícia: O Papel do Perfusionista e os Benefícios para o Paciente

A Autotransfusão Intraoperatória (ATIO) é uma técnica que permite a coleta, processamento e reinfusão do sangue do próprio paciente durante um procedimento cirúrgico. Essa prática é amplamente utilizada para reduzir a dependência de transfusões alogênicas (sangue de doadores), minimizando riscos e promovendo maior segurança em ambientes cirúrgicos de alto risco.

Na obstetrícia, a ATIO tem se mostrado uma solução eficaz para o manejo de hemorragias graves, como em casos de placenta acreta, descolamento prematuro de placenta e outras complicações obstétricas.

 

Placenta acreta

É uma condição grave em que a placenta cresce de forma anormal na parede do útero, podendo invadir camadas mais profundas.

A placenta é a fonte de oxigênio e alimento para o feto, e normalmente se separa da parede uterina após o nascimento. 

Essa condição pode causar complicações no parto, como dificuldade para a retirada da placenta e risco de hemorragia. Pode causar perda de sangue grave após o parto, e pode exigir transfusão de sangue e histerectomia (remoção do útero), por isso, é essencial o diagnóstico precoce, e um acompanhamento especializado para garantir a saúde e segurança para a mãe e o bebê.

A placenta acreta é geralmente assintomática, mas quando há sintomas, pode ser sinal de que a placenta invadiu órgãos adjacentes ao útero.

 

O Papel do Perfusionista na ATIO

O perfusionista desempenha um papel importante na implementação segura e eficiente da ATIO. Este profissional altamente treinado é responsável por operar o equipamento de recuperação de sangue, monitorar parâmetros de qualidade e volume do sangue recuperado e garantir que o processo seja conduzido de acordo com os protocolos estabelecidos.

Em cirurgias obstétricas, a presença do perfusionista como parte da equipe multidisciplinar é indispensável para assegurar que a técnica seja realizada de forma eficaz, reduzindo riscos e otimizando os resultados para a mãe e o bebê.

“O trabalho da equipe multidisciplinar é fundamental para o sucesso desses casos tão complexos: Obstetras, anestesistas, cirurgião vascular, perfusionistas, neonatologista além de urologista e demais membros do hospital” – comenta Dr. Jeff Chandler Oliveira, Biomédico Perfusionista de Goiânia.

                 

Máquinas de Autotransfusão Intraoperatória – Cell Saver

 

Como funciona a ATIO?

A técnica chamada de Cell Saver durante o procedimento, permite que o sangue perdido no campo cirúrgico seja aspirado, lavado e reinfundido no paciente, podendo recuperar em até 90% das hemácias perdidas durante uma cirurgia.

Esquema ilustrativo da máquina de Autotransfusão em processo

 

Aplicações na Obstetrícia

Na obstetrícia, a ATIO pode ser aplicada em emergências, como hemorragias maciças durante cesáreas ou histerectomias obstétricas. Em casos de placenta acreta, por exemplo, onde o sangramento é intenso e o risco de transfusão alogênica é elevado, a ATIO se apresenta como uma opção segura e eficaz para preservar o volume sanguíneo do paciente.

 

Vantagens da ATIO para o Paciente

– Redução do Risco de Reações Imunológicas: O uso do próprio sangue elimina o risco de reações transfusionais.

– Menor Risco de Transmissão de Doenças Infecciosas: A eliminação da necessidade de sangue de doadores minimiza o risco de contaminação por patógenos.

– Preservação de Estoques de Sangue: Reduz a demanda por sangue doado, ajudando a preservar recursos em bancos de sangue.

– Rápida Disponibilidade: O sangue processado está imediatamente disponível para reinfusão, agilizando a resposta em emergências.

– Melhor Controle de Qualidade: O sangue coletado é filtrado e lavado, removendo impurezas e coágulos.

– Redução de Complicações Associadas a Transfusões Alogênicas: Menor incidência de reações adversas.

– Melhor Recuperação Hemodinâmica: O uso do próprio sangue favorece uma melhor adaptação ao organismo.

– Custo-efetividade: Reduz os custos associados à compra e manuseio de sangue doado.

– Adequação a Pacientes com Restrições Religiosas: Pacientes que recusam transfusões alogênicas por motivos religiosos podem se beneficiar da técnica.

– Redução de Complicações Cirúrgicas: A disponibilidade de sangue próprio em tempo real contribui para maior segurança no manejo intraoperatório.

 

Conclusão

A Autotransfusão Intraoperatória representa um avanço significativo na medicina perioperatória, especialmente em cenários desafiadores como a obstetrícia. A presença de um perfusionista qualificado na equipe cirúrgica é fundamental para garantir a segurança e a eficácia deste procedimento, oferecendo múltiplos benefícios para o paciente e contribuindo para melhores desfechos cirúrgicos.

 

Referências:

Dr. Jeffchander / Biomédico Perfusionista, Conselheiro do Conselho Federal de Biomedicina, ECMO Especialista e CEO da Faculdade Asgard e Ceacecmo – www.ceacteam.com.br

Mayo Clinic – https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/placenta-accreta

 

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Saboreando o Mundo com Saúde: Dicas para Uma Alimentação Segura em Viagens

Viajar é muito mais do que conhecer novos lugares. É uma jornada para o bem-estar e saúde cardiovascular.

Ao explorar diferentes culturas e lugares, você reduz o estresse, aumenta a criatividade e fortalece seu coração, além de proporcionar a oportunidade de se conectar com pessoas de diferentes origens, expandindo seus horizontes e melhorando suas habilidades sociais.

Sabemos que a alimentação é a base para uma vida saudável, mas com tantas informações desencontradas por aí, fica difícil saber o que é verdade e o que é mito.

Neste texto vamos te ajudar a desvendar os segredos de uma alimentação equilibrada e segura, para que você possa desfrutar de todos os benefícios que a comida pode oferecer, em vários destinos.

 

A Alimentação: Um Pilar para a Saúde

Tudo o que comemos influencia diretamente no nosso corpo, desde o crescimento e desenvolvimento até a prevenção de doenças.

Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes essenciais como vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis, garante o bom funcionamento do organismo. Montar um prato completo, com porções adequadas de cada grupo alimentar, é o primeiro passo para uma alimentação saudável.

No entanto, a má alimentação pode levar a diversos problemas de saúde, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. O consumo excessivo de alimentos processados, ricos em açúcar, sal e gorduras saturadas, e a falta de frutas, legumes e verduras aumentam o risco dessas doenças.

Precisamos escolher alimentos frescos e de qualidade, priorizando produtos orgânicos e de produtores locais. Além disso, a higiene na cozinha e o armazenamento correto dos alimentos previnem contaminações e intoxicações.

Alergias e intolerâncias alimentares são cada vez mais comuns e exigem atenção especial. Ao identificar e evitar os alimentos que causam reações adversas, é possível manter uma boa qualidade de vida e sua viagem mais tranquila. As necessidades nutricionais variam ao longo da vida, e a alimentação deve ser adaptada a cada fase, por exemplo, crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes têm necessidades nutricionais específicas que devem ser atendidas.

A desmistificação de mitos sobre alimentação é fundamental para fazer escolhas conscientes e baseadas em evidências científicas. Existem diversas receitas saudáveis e deliciosas que podem tornar a nossa alimentação prazerosa e nutritiva.

 

Por que viajar faz bem para a saúde?

Fugir da rotina e explorar novos lugares é mais do que apenas uma aventura; é um investimento na nossa saúde. Ao viajar, damos um tempo para o estresse e a ansiedade, permitindo que nossas mentes se renovem e encontrem novas perspectivas.

Além disso, as experiências vividas em diferentes culturas e ambientes estimulam a nossa criatividade e capacidade de adaptação, expandindo nossos horizontes e nos tornando mais resilientes. Os benefícios se estendem também para a saúde física, com atividades como caminhadas, trilhas e esportes aquáticos, que fortalecem o coração e aumentam a disposição.

Foto: Pervoy Turismo

 

Viajar nos conecta com pessoas de diferentes origens, enriquecendo nossas interações sociais e nos ajudando a desenvolver empatia e tolerância.

E mesmo em viagens a trabalho, é possível sim, encontrar momentos para a reflexão e o autoconhecimento, aprofundando nossa compreensão sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor.

 

Viaje com saúde e tranquilidade: dicas Pervoy Turismo

Viajar também exige alguns cuidados para que você possa relaxar e aproveitar cada momento. Segundo Beatriz Lima, CEO da Pervoy Turismo, “a experiência do viajante deve ser única e personalizada”.

Confira algumas dicas para garantir sua viagem tranquila e mais segura:

– Alimentação consciente: Opte por alimentos frescos e de origem conhecida, especialmente em locais com higiene duvidosa. Evite consumir alimentos crus que possam estar contaminados e dê preferência a água engarrafada ou tratada.

– Hidratação constante: Mantenha-se hidratado, especialmente em climas quentes e durante atividades físicas. Leve uma garrafinha reutilizável para garantir que você tenha água à disposição a qualquer hora.

– Prepare-se para imprevistos: Leve seus medicamentos de uso contínuo e consulte um médico antes de embarcar para verificar a necessidade de outras vacinas ou precauções.

– Proteja-se do sol: Utilize protetor solar com fator de proteção adequado, óculos de sol e chapéu, principalmente em locais com alta incidência de raios solares. Adapte-se gradualmente às mudanças de temperatura para evitar problemas de saúde.

– Cuide da sua saúde mental: Tire um tempo para relaxar, praticar atividades que você gosta e aproveitar a companhia de seus familiares e amigos.

 

OUTRAS DICAS IMPORTANTES:

– Seguro-viagem: Contrate um seguro-viagem que cubra despesas médicas e outras eventualidades.

– Higiene pessoal: Lave as mãos com frequência, especialmente antes de comer e após usar o banheiro.

– Evite atividades de risco: Se você tiver alguma condição de saúde pré-existente, consulte seu médico antes de realizar atividades físicas intensas.

– Respeite a cultura local: Informe-se sobre os costumes e tradições do lugar que você vai visitar.

– Passageiros cardíacos: Os viajantes com doença cardíaca devem observar os cuidados adequados à sua condição, além das medidas de proteção. Acesse o link para conferir esse artigo do Centro de Informação em Saúde para Viajantes

https://cives.ufrj.br/informacao/cardio/cardio-iv.html

 

E então, pronto para embarcar em uma aventura inesquecível sem se preocupar com seu bem-estar? Planeje sua viagem com cuidado, cuide da sua saúde e aproveite cada momento!

 

Fontes: Cibele Sperone – Coração & Perfusão / Beatriz Lima – Pervoy Turismo 

https://www.instagram.com/pervoyturismo/#

 

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Entenda a relação entre a Saúde Bucal e Problemas Cardíacos

Bactérias da boca podem sim migrar pela corrente sanguínea e trazer sérias complicações cardíacas. 

Muita gente acha que é história, mas não é: a saúde bucal pode influenciar diretamente no desenvolvimento de algumas doenças cardíacas.

A falta de cuidados com saúde bucal pode causar problemas locais, como cáries, inflamações, formação de placas, danos estáticos, entre outros, mas a falta de higiene também pode deixar você mais vulnerável a doenças, inclusive doenças cardíacas.

As bactérias provenientes de infecções orais, como a periodontite, podem entrar na corrente sanguínea e promover a inflamação sistêmica, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, incluindo endocardite bacteriana.

Quem explica é a Dra. Lilian C. Fogagnoli, dentista especialista em Implantodontia pelo Hospital da Aeronáutica de São Paulo: “A disseminação pela corrente sanguínea de bactérias presentes na boca podem aumentar o risco de endocardite em pessoas com alterações cardíacas prévias. Ao chegarem no coração, essas bactérias aderem facilmente a qualquer área lesionada, se aproveitando, portanto, da alteração cardíaca para causar inflamação.”

Mas como um problema bucal pode atingir o coração?

Uma das condições mais preocupantes é a endocardite infecciosa, uma infecção do revestimento interno do coração. A doença surge quando as bactérias responsáveis por cáries, gengivite e periodontite vão parar na corrente sanguínea chegando até o coração.

As bactérias se fixam em áreas lesionadas do órgão, onde se multiplicam, comprometendo suas funções. Se não for tratada, a infecção pode progredir, atingindo órgãos como cérebro, rins e pulmões e isso também pode aumentar o risco de AVC, embolia pulmonar e insuficiência renal aguda, entre outras complicações.

A primeira seria que esse tipo de inflamação impulsiona a produção do corpo da proteína C-reativa, que é responsável pela formação de gordura nas veias e normalmente é associada aos acidentes cardiovasculares. Além dessa complicação, poderia ainda acontecer uma segunda, chamada Endocardite Bacteriana, que é uma infecção do endocárdio (o tecido de revestimento interno do coração). E por último, poderia acontecer uma arteriosclerose, que é uma doença degenerativa da artéria, assim como infartos e AVC.

 

Imagem –  https://www.odontoesteticabillrola.com.br/blog

 

Quais sintomas merecem atenção e uma visita urgente ao dentista?

  • Gengiva vermelha, inchadas ou doloridas
  • Sangramento gengival
  • Presença de abscesso ou pus na gengiva – Infecção que se caracteriza por um acúmulo de pus em torno da raiz do dente, na gengiva 
  • Retração gengival
  • Mau hálito frequente
  • Dentes moles

Prevenção e tratamento

Uma boa higiene bucal e exames regulares são a melhor proteção contra o desenvolvimento da doença periodontal. Ao ter uma postura proativa em relação a sua saúde bucal, você pode se proteger de complicações cardíacas, além de manter seu sorriso saudável.

Referências:

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A Importância do Checklist na Cirurgia Cardiovascular

CHECKLIST – Segurança, Eficiência, Foco, Exatidão e Humanização

A verificação do circuito durante a ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) é fundamental para o sucesso da terapia, assim como acontece na Circulação Extracorpórea (CEC) durante uma cirurgia cardíaca.

Devido à complexidade das etapas e à necessidade de atenção aos detalhes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de um checklist de segurança cirúrgica para garantir um processo mais seguro e eficiente.

O checklist não é um procedimento, mas uma ferramenta que reúne, de forma organizada, o passo a passo do que precisa ser feito. Simples, porém eficaz, ele, quando aliado ao conhecimento e às habilidades do profissional, ajuda prevenir uma série de intercorrências.

Mesmo os profissionais mais experientes estão sujeitos a falhas! Por isso, aproveite as ferramentas disponíveis para garantir a segurança de todos. Lembre-se: até pequenas intercorrências podem comprometer a segurança do paciente e o sucesso da cirurgia.

Quer saber mais? O nosso E-book sobre Gerenciamento de Risco e Prevenção de Acidentes na Circulação Extracorpórea na Cirurgia Cardíacatraz orientações práticas e planejadas sobre o tema abordado.

Nesta obra, apresento uma análise sobre acidentes de circulação extracorpórea, unindo referências acadêmicas à minha experiência profissional como BIOMÉDICA PERFUSIONISTA. O foco está nas complicações que podem ocorrer durante a perfusão, ressaltando a importância de uma identificação rápida e de precauções para minimizar os riscos. Além disso, o guia aborda práticas preventivas e protocolos de segurança para manutenção dos equipamentos, reduzindo a ocorrência de um acidente.

Para adquirir o seu, acesse o link:

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“Esperamos que este trabalho seja valioso para toda equipe multidisciplinar que atua na área da saúde cardiovascular e contribua para o avanço do conhecimento e da prática na circulação extracorpórea nas cirurgias cardíacas”. 

 

 

 

 

Fonte: Cibele Sperone / Coração & Perfusão

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A Essência do Trabalho da Equipe Multidisciplinar na Cirurgia Cardíaca

O Centro Cirúrgico é um local que envolve ações que vão da mais simples à mais complexa. Com o avanço da tecnologia, o profissional que atuar nesse setor deve ter treinamentos específicos, ser capaz de atuar em equipe multidisciplinar e estar em constante aperfeiçoamento.

Na imagem abaixo, o coração humano, metaforicamente, representa a essência da empatia e a conexão entre os profissionais envolvidos na cirurgia.

Imagem: Coração & Perfusão

Assim como as peças de Lego se encaixam para criar algo maior, uma equipe multidisciplinar trabalhando juntos, formam um time unido, onde a força das relações impulsiona o sucesso de qualquer trabalho.

Durante as cirurgias cardíacas, a empatia e a conexão entre os membros da equipe médica desempenham um importante papel. A sensibilidade com as emoções e necessidades dos colegas cria um ambiente de confiança e cooperação, para lidar com os desafios e imprevistos que podem surgir durante o procedimento.

Além disso, a comunicação eficaz e o apoio mútuo promovem um ótimo trabalho em equipe, resultando em melhores resultados para o paciente. A empatia não apenas fortalece os laços entre os profissionais de saúde, mas também melhora a qualidade do cuidado prestado, garantindo uma abordagem mais humanizada e compassiva no tratamento de problemas cardíacos.

E quem são os profissionais que atuam durante uma cirurgia cardíaca?

Após uma avaliação do cardiologista e do cirurgião cardiovascular, o paciente é recebido no centro cirúrgico por uma equipe de enfermagem. Entre suas principais incumbências destaca-se a assistência direta ao paciente.

O cirurgião cardiovascular comanda a cirurgia, durante a qual gerencia todas as etapas do procedimento e executa as correções que o coração necessita, contando com o suporte de médico assistente. Muitos bisturis, tesouras e fios são necessários, assim, outra figura importante que surge é a da instrumentadora, que mantém todos os materiais limpos e prontos para que o cirurgião e seu assistente possam utilizá-los.

O técnico de enfermagem tem a função de pegar os materiais e entregá-los sem contaminação para uso da equipe no ambiente estéril da cirurgia.

O anestesista, garante a ausência de dor durante o procedimento e monitora as funções vitais do paciente, proporcionando liberdade à equipe médica para realizar o trabalho com segurança e tranquilidade.

Em algumas cirurgias cardíacas, é necessário o auxílio da máquina de circulação extracorpórea (CEC), que substitui as funções do coração e pulmões durante a cirurgia e também permite uma boa visualização do campo cirúrgico, onde o cirurgião consegue trabalhar com mais segurança. O perfusionista é o profissional que conduz a CEC e é responsável pela manutenção das funções cardiorrespiratórias, equilíbrio bioquímico, hematológico e hidroeletrolítico do paciente. O profissional responsável pela máquina de autotransfusão intraoperatória – Cell Saver, geralmente o perfusionista ou o profissional especializado do banco de sangue.

O Cell Saver é um técnica utilizada em cirurgias para recuperar o sangue perdido no campo operatório. Ele aspira, filtra e processa esse sangue, removendo resíduos e concentrando os glóbulos vermelhos para reinfusão no paciente. Isso, ajuda a reduzir a necessidade de transfusões de sangue de doadores, evitando riscos de reações adversas e infecções, além de preservar os recursos do banco de sangue. O seu uso é especialmente importante em procedimentos com grande perda sanguínea, contribuindo para uma abordagem mais segura e eficiente.

O pós-operatório da cirurgia cardíaca

No pós-operatório de cirurgia cardíaca, o trabalho da equipe multidisciplinar é necessário para garantir uma recuperação segura e eficaz do paciente. Essa equipe inclui médicos intensivistas, que monitoram funções necessárias e ajustam condutas terapêuticas; enfermeiros, responsáveis ​​pelo cuidado direto ao paciente e administração de medicamentos; técnicos de enfermagem, que auxiliam na monitorização, higiene, conforto e administração de medicamentos sob supervisão do enfermeiro; fisioterapeutas, que atuam na reabilitação respiratória e motora; perfusionistas, que acompanham possíveis ajustes relacionados ao suporte circulatório, como ECMO; nutricionistas, que avaliam e ajustam a dieta conforme as necessidades metabólicas; psicólogos, que oferecem suporte emocional ao paciente e familiares; e farmacêuticas, que otimizam o uso de medicamentos. Essa integração profissional promove um cuidado abrangente e centrado no paciente.

Direção clínica e serviços especializados

A direção clínica do hospital é responsável pela supervisão e gestão das atividades assistenciais, garantindo a qualidade e segurança dos cuidados prestados aos pacientes, que coordena a equipe médica e de enfermagem, implementa protocolos e diretrizes clínicas, além de garantir o cumprimento das normas regulatórias e éticas.

Os profissionais que atuam na OPME (Materiais Especiais) e na CME (Central de Material e Esterilização) desempenham funções no gerenciamento e fornecimento de materiais cirúrgicos e dispositivos médicos. Enquanto os fornecedores de materiais cirúrgicos são responsáveis ​​pelo fornecimento de equipamentos e produtos de qualidade

Serviços terceirizados 

No serviço de limpeza do hospital, profissionais terceirizados desempenham um papel importantíssimo, garantindo a higienização de um ambiente seguro e livre de contaminações, obedecendo aos protocolos especificos para preservar a segurança dos pacientes e equipe médica.

Comunicação – A base para o sucesso da cirurgia

A comunicação entre os membros da equipe multidisciplinar é um pilar essencial no processo do pré-operatório, intraoperatório e pós-operatório de cirurgia cardíaca. Reuniões regulares, trocas de informações claras e o uso de ferramentas como prontuários eletrônicos, checklist, TIME OUT (prática que visa prevenir erros durante procedimentos cirúrgicos, sendo realizada antes do início da cirurgia com a participação de toda a equipe), debriefing garantem que todos estejam especificados sobre o estado clínico do paciente e as condutas a serem adotadas. Essa interação constante permite identificar complicações precoces, ajustar estratégias terapêuticas e oferecer um cuidado integrado, onde cada profissional contribui com sua expertise para um objetivo comum: a recuperação do paciente.

Com o esforço conjunto e a comunicação eficaz, uma equipe multidisciplinar desempenha um papel indispensável, garantindo qualidade e segurança no atendimento. A sinergia entre os profissionais reflete diretamente nos resultados, proporcionando ao paciente uma recuperação mais tranquila e humanizada, com todo suporte necessário.

É o comprometimento e o esforço de cada um que faz a diferença!

Fonte: Coração & Perfusão

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Transplante Cardíaco – Cuidados e Particularidades

Como funciona cada etapa do Transplante Cardíaco?

O transplante cardíaco é um procedimento cirúrgico, que se tornou uma opção viável para pacientes com doenças cardíacas graves e irreversíveis. Ele envolve a substituição do coração doente do paciente, por um coração saudável de um doador compatível, oferecendo uma nova chance de vida para aqueles que não respondem a tratamentos convencionais.

O transplante é uma opção para pacientes que apresentam comprometimento significativo da qualidade de vida e risco de morte iminente. Embora seja uma cirurgia de alto risco, pode proporcionar uma nova chance de vida para pacientes selecionados e com acompanhamento adequado.

Pode afetar pessoas de todas as idades, mas a indicação para a cirurgia depende do estado de outros órgãos como cérebro, pulmão, fígado e rins, pois se eles estiverem comprometidos, o paciente poderá não se beneficiar do transplante.

A fila única de transplantes é regida pela Secretaria de Estado da Saúde, que leva em consideração a definição de priorização, tempo de espera, tipagem sanguínea e gravidade de cada caso.

Agora, vamos explorar as etapas mais importantes de um transplante cardíaco. Fique atento, pois cada fase é essencial para o SUCESSO da cirurgia.

O início do transplante cardíaco no Brasil

No Brasil, O doutor Euryclides de Jesus Zerbini foi o primeiro médico a realizar um transplante do coração, em 26 de Maio de 1968, no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Foi o quinto cirurgião do mundo e o primeiro da América Latina e do Brasil a realizar um transplante de coração.

Funcionamento do Coração

O coração é um órgão essencial no sistema cardiovascular, responsável por bombear o sangue e garantir que o oxigênio e nutrientes cheguem a todas as células. Quando ele não funciona adequadamente, devido a condições como insuficiência cardíaca avançada, sua função é prejudicada, tornando o transplante a única alternativa para a sobrevivência de muitos pacientes.

Transplante Cardíaco

É uma cirurgia em que um coração doente é substituído por um coração saudável de um doador compatível. Essa cirurgia representa um grande avanço da medicina, oferecendo uma nova chance de vida para pessoas que enfrentam doenças cardíacas graves.

Quando o transplante é indicado?

A indicação é realizada com base detalhada nas avaliações médicas, que levam em conta a gravidade da doença, a idade, o estado de saúde e a capacidade de recuperação do paciente.

– Insuficiência cardíaca avançada: pacientes com insuficiência cardíaca avançada, quando outras terapias não são suficientes;

– Cardiomiopatia dilatada: pacientes com cardiomiopatia dilatada avançada que não respondem a terapias medicamentosas ou outros tratamentos;

– Doença coronariana avançada: indicado em casos de doença coronariana avançada, quando não há mais possibilidade de realizar nenhum tipo de intervenção cirúrgica, como a cirurgia de revascularização do miocárdio;

– Cardiopatia congênita complexa: indicado em casos de cardiopatia congênita grave sem opções de tratamento possíveis. Essa condição é caracterizada por anormalidades na estrutura ou função do coração presentes desde o nascimento;

– Doença valvar cardíaca grave: indicado em casos de doença valvar avançada, como estenose ou insuficiência valvar, onde o paciente não responde mais ao tratamento medicamentoso ou procedimentos cirúrgicos.

O preparo e as etapas da cirurgia

O processo envolve várias etapas importantes:

– Avaliação médica onde o paciente passa por exames cardiológicos, exames de sangue, testes de função pulmonar e avaliação psicológica.

– Se o paciente for considerado apto para o transplante, é colocado na lista de espera por um doador compatível. O tempo de espera pode variar de dias a tempo mais prolongado, dependendo da disponibilidade de órgãos doadores.

– Durante o período de espera, os pacientes devem manter um estilo de vida saudável, seguir rigorosamente às orientações médicas, tomar medicamentos prescritos e evitar fatores de risco.

O transplante é um procedimento de complexo e demanda o acompanhamento de toda equipe multidisciplinar altamente capacitada. O sucesso do procedimento depende da seleção cuidadosa do paciente, da compatibilidade do doador e da colaboração durante todo o processo de recuperação.

Aqui estão as etapas do procedimento de transplante de coração:

1 – Preparação pré-operatória:

O paciente é avaliado para garantir as condições adequadas para a cirurgia. São realizados exames finais e ajustes nos medicamentos, incluindo a administração de imunossupressores para prevenir a rejeição do órgão após o transplante.

2 – Recebimento do órgão:

Quando um coração compatível é encontrado, o paciente é informado e preparado para a cirurgia. O coração do doador é transportado até o centro cirúrgico, respeitando as condições ideais de conservação.

3 – Tempo cirúrgico:

Durante a cirurgia, o coração doente é removido e o coração do doador é colocado no lugar.

– Cirurgia de remoção do coração doente

No dia da cirurgia, o paciente é anestesiado e conectado a uma máquina de circulação extracorpórea (coração-pulmão artificial) para manter o fluxo sanguíneo durante a cirurgia. O coração doente é removido, deixando intactos os grandes vasos sanguíneos e as câmaras superiores do coração.

– Implante do novo coração

O coração do doador é preparado, resfriado e transportado até o local do paciente. O novo coração é conectado aos grandes vasos sanguíneos e ao átrio do paciente, utilizando pontos cirúrgicos e técnicas de sutura avançadas.

– Restauração da circulação

Após o implante do novo coração, os vasos sanguíneos são reconectados, e o coração é posicionado adequadamente. A máquina de circulação extracorpórea (CEC) é gradualmente desligada, e o novo coração começa a bater por conta própria.

4 – Monitoramento pós-operatório imediato:

Após a cirurgia, o paciente é transferido para a UTI com monitoramento intensivo dos sinais vitais, função do coração, e possíveis complicações, como rejeição, infecção ou sangramentos.

5 – Recuperação e acompanhamento contínuo:

O paciente começa a recuperação no hospital. Durante todo período a equipe acompanha de perto a função do coração transplantado, ajustando medicações e realizando exames periódicos para garantir o bom funcionamento do órgão.

6 – Alta hospitalar e reabilitação:

Após a estabilização e recuperação inicial, o paciente é liberado para casa, com orientações sobre cuidados pós-operatórios. A reabilitação inclui acompanhamento médico, adesão a medicamentos imunossupressores e apoio psicológico para adaptação à nova realidade de vida.

Todas essas etapas garantem que o transplante seja realizado de forma segura e eficaz, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente.

Como é o pós-operatório da cirurgia?

O período pós-operatório é um estágio crítico na jornada do paciente, envolvendo:

– Monitoramento intensivo;

– Medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição do órgão transplantado e reduzir a resposta do sistema imunológico, minimizando risco de infecções;

– Reabilitação física e psicológica;

– Acompanhamento contínuo com o médico realizando exames e controlando as medicações.

Os maiores desafios

Mesmo com os avanços da medicina, os desafios persistem. A escassez de doadores compatíveis, a falta de informação sobre doação de órgãos, a complexidade dos procedimentos cirúrgicos e a necessidade de medicamentos imunossupressores de longo prazo são considerações que requerem constante atenção e pesquisa.

Apesar das limitações, o transplante de coração continua a oferecer melhorias significativas na qualidade de vida e na saúde dos pacientes.

Equipe Multidisciplinar

Uma equipe multidisciplinar desempenha um papel fundamental no acompanhamento do transplante cardíaco, garantindo que o processo seja seguro e eficaz. Composta por médicos, enfermeiros, perfusionistas, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais de saúde, a equipe atua em todas as fases do transplante, desde a avaliação inicial do paciente até o pós-operatório.

Cada membro contribui com sua expertise para monitorar o paciente; realizar o procedimento cirúrgico; ajustar tratamentos; oferecer suporte emocional e garantir a reabilitação física e psicológica. A colaboração entre esses profissionais é fundamental para melhorar as chances de sucesso do transplante e proporcionar uma recuperação mais completa e saudável para o paciente.

Saiba mais: https://www.drfernandofigueira.com.br/transplante-cardiaco

Referências

  • Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos – https://site.abto.org.br/transplante-de-coracao
  • Dr. Fernando Figueira – Cirurgião Cardiovascular – https://www.drfernandofigueira.com.br/
  • https://veja.abril.com.br/saude/ha-50-anos-acontecia-o-primeiro-transplante-de-coracao-do-brasil

Fonte: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

 

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