A Importância do Checklist na Cirurgia Cardiovascular

CHECKLIST – Segurança, Eficiência, Foco, Exatidão e Humanização

A verificação do circuito durante a ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) é fundamental para o sucesso da terapia, assim como acontece na Circulação Extracorpórea (CEC) durante uma cirurgia cardíaca.

Devido à complexidade das etapas e à necessidade de atenção aos detalhes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de um checklist de segurança cirúrgica para garantir um processo mais seguro e eficiente.

O checklist não é um procedimento, mas uma ferramenta que reúne, de forma organizada, o passo a passo do que precisa ser feito. Simples, porém eficaz, ele, quando aliado ao conhecimento e às habilidades do profissional, ajuda prevenir uma série de intercorrências.

Mesmo os profissionais mais experientes estão sujeitos a falhas! Por isso, aproveite as ferramentas disponíveis para garantir a segurança de todos. Lembre-se: até pequenas intercorrências podem comprometer a segurança do paciente e o sucesso da cirurgia.

Quer saber mais? O nosso E-book sobre Gerenciamento de Risco e Prevenção de Acidentes na Circulação Extracorpórea na Cirurgia Cardíacatraz orientações práticas e planejadas sobre o tema abordado.

Nesta obra, apresento uma análise sobre acidentes de circulação extracorpórea, unindo referências acadêmicas à minha experiência profissional como BIOMÉDICA PERFUSIONISTA. O foco está nas complicações que podem ocorrer durante a perfusão, ressaltando a importância de uma identificação rápida e de precauções para minimizar os riscos. Além disso, o guia aborda práticas preventivas e protocolos de segurança para manutenção dos equipamentos, reduzindo a ocorrência de um acidente.

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“Esperamos que este trabalho seja valioso para toda equipe multidisciplinar que atua na área da saúde cardiovascular e contribua para o avanço do conhecimento e da prática na circulação extracorpórea nas cirurgias cardíacas”. 

 

 

 

 

Fonte: Cibele Sperone / Coração & Perfusão

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A Essência do Trabalho da Equipe Multidisciplinar na Cirurgia Cardíaca

O Centro Cirúrgico é um local que envolve ações que vão da mais simples à mais complexa. Com o avanço da tecnologia, o profissional que atuar nesse setor deve ter treinamentos específicos, ser capaz de atuar em equipe multidisciplinar e estar em constante aperfeiçoamento.

Na imagem abaixo, o coração humano, metaforicamente, representa a essência da empatia e a conexão entre os profissionais envolvidos na cirurgia.

Imagem: Coração & Perfusão

Assim como as peças de Lego se encaixam para criar algo maior, uma equipe multidisciplinar trabalhando juntos, formam um time unido, onde a força das relações impulsiona o sucesso de qualquer trabalho.

Durante as cirurgias cardíacas, a empatia e a conexão entre os membros da equipe médica desempenham um importante papel. A sensibilidade com as emoções e necessidades dos colegas cria um ambiente de confiança e cooperação, para lidar com os desafios e imprevistos que podem surgir durante o procedimento.

Além disso, a comunicação eficaz e o apoio mútuo promovem um ótimo trabalho em equipe, resultando em melhores resultados para o paciente. A empatia não apenas fortalece os laços entre os profissionais de saúde, mas também melhora a qualidade do cuidado prestado, garantindo uma abordagem mais humanizada e compassiva no tratamento de problemas cardíacos.

E quem são os profissionais que atuam durante uma cirurgia cardíaca?

Após uma avaliação do cardiologista e do cirurgião cardiovascular, o paciente é recebido no centro cirúrgico por uma equipe de enfermagem. Entre suas principais incumbências destaca-se a assistência direta ao paciente.

O cirurgião cardiovascular comanda a cirurgia, durante a qual gerencia todas as etapas do procedimento e executa as correções que o coração necessita, contando com o suporte de médico assistente. Muitos bisturis, tesouras e fios são necessários, assim, outra figura importante que surge é a da instrumentadora, que mantém todos os materiais limpos e prontos para que o cirurgião e seu assistente possam utilizá-los.

O técnico de enfermagem tem a função de pegar os materiais e entregá-los sem contaminação para uso da equipe no ambiente estéril da cirurgia.

O anestesista, garante a ausência de dor durante o procedimento e monitora as funções vitais do paciente, proporcionando liberdade à equipe médica para realizar o trabalho com segurança e tranquilidade.

Em algumas cirurgias cardíacas, é necessário o auxílio da máquina de circulação extracorpórea (CEC), que substitui as funções do coração e pulmões durante a cirurgia e também permite uma boa visualização do campo cirúrgico, onde o cirurgião consegue trabalhar com mais segurança. O perfusionista é o profissional que conduz a CEC e é responsável pela manutenção das funções cardiorrespiratórias, equilíbrio bioquímico, hematológico e hidroeletrolítico do paciente. O profissional responsável pela máquina de autotransfusão intraoperatória – Cell Saver, geralmente o perfusionista ou o profissional especializado do banco de sangue.

O Cell Saver é um técnica utilizada em cirurgias para recuperar o sangue perdido no campo operatório. Ele aspira, filtra e processa esse sangue, removendo resíduos e concentrando os glóbulos vermelhos para reinfusão no paciente. Isso, ajuda a reduzir a necessidade de transfusões de sangue de doadores, evitando riscos de reações adversas e infecções, além de preservar os recursos do banco de sangue. O seu uso é especialmente importante em procedimentos com grande perda sanguínea, contribuindo para uma abordagem mais segura e eficiente.

O pós-operatório da cirurgia cardíaca

No pós-operatório de cirurgia cardíaca, o trabalho da equipe multidisciplinar é necessário para garantir uma recuperação segura e eficaz do paciente. Essa equipe inclui médicos intensivistas, que monitoram funções necessárias e ajustam condutas terapêuticas; enfermeiros, responsáveis ​​pelo cuidado direto ao paciente e administração de medicamentos; técnicos de enfermagem, que auxiliam na monitorização, higiene, conforto e administração de medicamentos sob supervisão do enfermeiro; fisioterapeutas, que atuam na reabilitação respiratória e motora; perfusionistas, que acompanham possíveis ajustes relacionados ao suporte circulatório, como ECMO; nutricionistas, que avaliam e ajustam a dieta conforme as necessidades metabólicas; psicólogos, que oferecem suporte emocional ao paciente e familiares; e farmacêuticas, que otimizam o uso de medicamentos. Essa integração profissional promove um cuidado abrangente e centrado no paciente.

Direção clínica e serviços especializados

A direção clínica do hospital é responsável pela supervisão e gestão das atividades assistenciais, garantindo a qualidade e segurança dos cuidados prestados aos pacientes, que coordena a equipe médica e de enfermagem, implementa protocolos e diretrizes clínicas, além de garantir o cumprimento das normas regulatórias e éticas.

Os profissionais que atuam na OPME (Materiais Especiais) e na CME (Central de Material e Esterilização) desempenham funções no gerenciamento e fornecimento de materiais cirúrgicos e dispositivos médicos. Enquanto os fornecedores de materiais cirúrgicos são responsáveis ​​pelo fornecimento de equipamentos e produtos de qualidade

Serviços terceirizados 

No serviço de limpeza do hospital, profissionais terceirizados desempenham um papel importantíssimo, garantindo a higienização de um ambiente seguro e livre de contaminações, obedecendo aos protocolos especificos para preservar a segurança dos pacientes e equipe médica.

Comunicação – A base para o sucesso da cirurgia

A comunicação entre os membros da equipe multidisciplinar é um pilar essencial no processo do pré-operatório, intraoperatório e pós-operatório de cirurgia cardíaca. Reuniões regulares, trocas de informações claras e o uso de ferramentas como prontuários eletrônicos, checklist, TIME OUT (prática que visa prevenir erros durante procedimentos cirúrgicos, sendo realizada antes do início da cirurgia com a participação de toda a equipe), debriefing garantem que todos estejam especificados sobre o estado clínico do paciente e as condutas a serem adotadas. Essa interação constante permite identificar complicações precoces, ajustar estratégias terapêuticas e oferecer um cuidado integrado, onde cada profissional contribui com sua expertise para um objetivo comum: a recuperação do paciente.

Com o esforço conjunto e a comunicação eficaz, uma equipe multidisciplinar desempenha um papel indispensável, garantindo qualidade e segurança no atendimento. A sinergia entre os profissionais reflete diretamente nos resultados, proporcionando ao paciente uma recuperação mais tranquila e humanizada, com todo suporte necessário.

É o comprometimento e o esforço de cada um que faz a diferença!

Fonte: Coração & Perfusão

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Do Cockpit à Sala de Cirurgia: Conexões entre Pilotos e Perfusionistas

Nesse post, vamos traçar uma analogia interessante entre um piloto de avião e um perfusionista, destacando como ambos desempenham papéis indispensáveis ​​em suas áreas.

Assim como um piloto comanda o avião pelos céus, garantindo a segurança e o bem-estar dos passageiros, o perfusionista gerencia a máquina de circulação extracorpórea (CEC) durante uma cirurgia cardíaca, mantendo o paciente nas condições ideais.

Ambos precisam de treinamento rigoroso, atenção aos mínimos detalhes e capacidade de tomar decisões rápidas em momentos críticos. Essa conexão mostra como habilidade, responsabilidade e trabalho em equipe são essenciais para alcançar resultados bem-sucedidos em cenários tão distintos.

Foto: Coração & Perfusão

O piloto realiza um checklist meticuloso antes de decolar, já o perfusionista verifica e monitora cuidadosamente todos os parâmetros vitais durante a cirurgia, assegurando que tudo esteja em perfeita sintonia.

O conhecimento profundo sobre a aeronave ou o sistema circulatório é fundamental, pois pequenos detalhes podem fazer toda a diferença.

 

AMBAS AS PROFISSÕES ENFRENTAM DESAFIOS ÚNICOS, QUE EXIGEM TOMADAS DE DECISÃO RÁPIDAS E PRECISAS. 

TRABALHO EM EQUIPE E TREINAMENTOS DE TODA EQUIPE SÃO ESSENCIAIS PARA O SUCESSO.

 

Em um vôo ou durante uma cirurgia cardíaca, a habilidade de adaptar-se a circunstâncias variáveis é essencial para garantir um curso seguro. Enquanto o piloto assegura uma jornada tranquila aos passageiros, o perfusionista contribui com maestria, a estabilidade do coração, permitindo que o cirurgião realize o procedimento.

São heróis nos bastidores, desempenhando papéis vitais em suas respectivas “aeronaves” para garantir que cada jornada termine com segurança e sucesso.

 

Fonte: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

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Autotransfusão Intraoperatória na Cirurgia Cardíaca

Como a Autotransfusão Intraoperatória melhora a qualidade do sangue e reduz riscos durante o procedimento?

A cirurgia cardíaca é um dos procedimentos com maior risco de sangramento e quando se torna significativo, a principal consequência é a redução na oferta de oxigênio aos tecidos, devido à menor quantidade de hemácias circulantes, levando à necessidade de transfusões sanguíneas em muitos casos. Contudo, esta prática enfrenta desafios, como a escassez de hemoderivados devido à alta demanda em diversas áreas da medicina e ao número reduzido de doadores. Além disso, as transfusões podem acarretar complicações pós-operatórias e nem sempre são aceitas pelos pacientes, seja por questões de saúde, religiosas ou pessoais.

A Autotransfusão Intraoperatória surge como uma alternativa valiosa para a equipe cirúrgica, dependendo da necessidade do uso de hemocomponentes e neste texto, abordaremos o processo específico da autotransfusão nas cirurgias cardíacas.

Autotransfusação Intraoperatória – Cell Saver

A utilização de uma técnica denominada Cell Saver durante a cirurgia cardíaca, permite que o sangue perdido no campo cirúrgico seja aspirado, lavado e reinfundido no paciente, podendo recuperar em até 90% das hemácias perdidas durante a cirurgia. Uma técnica segura e eficaz, que reduz a utilização de hemoderivados, diminuindo as complicações pós-operatórias e reduzindo o tempo de internação e de infecções associadas. Em geral o uso do Cell Saver proporciona uma boa relação custo/benefício em cirurgias com perda mínima de sangue e que não possua contra-indicações para uso dessa técnica.

Concentrado de Hemácias

O concentrado de hemácias (CH) é obtido através da centrifugação de uma bolsa de sangue total. A densidade dos elementos do sangue determina a separação em três fases: plasma, camada leucoplaquetária e hemácias.

 

Representação de bolsa de sangue centrifugado, ilustrando as camadas de separação dos elementos sanguíneos.

 

A partir disso, a porção das hemácias é separada e recebe uma solução de preservação, resultando em uma bolsa de CH com hematócrito entre 50 a 70% e sob refrigeração, essa bolsa tem validade para transfusão de até 42 dias.

Com o passar do tempo, o baixo metabolismo das hemácias e dos poucos leucócitos da bolsa aumentam a concentração de ácido lático, produto do metabolismo anaeróbio. O pH da solução se torna mais ácido e tem a concentração de potássio aumentada, devido à ruptura das hemácias.

Como funciona o princípio da Autotransfusão?

O processo consiste em quatro etapas:
1 – Aspiração do sangramento, juntamente com solução anticoagulante (soro fisiológico e heparina), para um reservatório
2 – Centrifugação do volume aspirado para separação dos elementos sanguíneos – O plasma e a camada leucoplaquetária são descartados, juntamente com a heparina adicionada
3 – Lavagem das hemácias com soro fisiológico
4 – Recuperação das hemácias em bolsa de reinfusão, com hematócrito entre 50 e 70%.

 

Representação dos componentes utilizados na técnica de recuperação de autotransfusão intraoperatória.

 

O sangue do campo é aspirado pela máquina, armazenado, filtrado e centrifugado para concentrar as hemácias e separá-las dos demais componentes. As hemácias são lavadas com uma solução salina removendo os produtos endógenos e os produtos introduzidos no campo cirúrgico. Com isso são removidos restos de fibrina circulante, medicamentos dissolvidos no sangue, microagregados, hemoglobina livre, fatores pró-coagulantes e heparina (usada no processo de aspiração do sangue do campo cirúrgico). Assim, as hemácias lavadas são suspensas em solução salina e são encaminhadas para uma bolsa de reinfusão, prontas para serem transfundidas no paciente.

A heparina inicialmente é adicionada ao volume aspirado para evitar a coagulação do sangue na linha de aspiração e no reservatório de coleta. Após a centrifugação, a heparina se concentra na camada plasmática e é descartada.

Quando é indicado o uso da Autotransfusão?

A escolha quanto ao uso de sangue homólogo ou pelo uso do Cell Saver muitas vezes é analisada pelo custo-benefício. Um guideline da European Society of Anaesthesiology (Kozek-langenecker, et al., 2017) demonstrou que o uso desses equipamentos pode ser mais econômico em determinados pacientes, principalmente em casos de reoperação, em cirurgia de alta complexidade como por exemplo aneurisma de aorta, em pacientes com distúrbio de coagulação ou em pacientes pediátricos.

São indicados em procedimentos cirúrgicos com grande potencial de sangramento, por decisão clínica do cirurgião e/ou anestesista ou em procedimentos no qual pode ser necessário o uso de 2 ou mais unidades de hemocomponentes. A AABB (American Association of Blood Banks) recomenda o uso em casos em que a perda estimada possa chegar a 15 – 20% da volemia do paciente.

Além disso, pode ser utilizado nas seguintes situações:
– Pacientes que apresentam anemia ou fatores de risco aumentados para sangramento
– Pacientes com grupo sanguíneo raro ou sensibilizados por politransfusões anteriores
– Pacientes Testemunhas de Jeová
– Indicações cirúrgicas, como cirurgias Cardiovasculares, Ortopédica, Geral e Plástica
– Em casos de reoperações
– Neurocirurgia: aneurismas basilares
– Transplantes de fígado, rins, coração

Recentemente, (Novembro de 2024) em uma intervenção pioneira na cidade de Goiânia, a equipe do Hospital Mater Dei Goiânia conduziu um parto de alta complexidade, que envolveu um time multidisciplinar, para atender uma paciente diagnosticada com acretismo placentário – condição em que a placenta se adere firmemente ao útero, podendo causar hemorragias fatais durante o parto. 

https://cliqueabc.com.br/hospital-mater-dei-goiania-realiza-parto-de-alta-complexidade-com-tecnologia-de-ponta/

Dentre as contraindicações ao uso de recuperadores de sangue intraoperatório estão os procedimentos de pacientes contaminados e, principalmente, em cirurgias oncológicas.

Além do uso no intraoperatório, também pode ser usado ​​para lavar bolsas de sangue, melhorando sua qualidade. O processo remove hemácias danificadas, hemoglobina livre, plasma residual, potássio e proteínas livres. e dependendo do equipamento, é possível reduzir de 30 a 70% dos glóbulos brancos. Essa técnica pode ser aplicada na preparação do perfusato sanguíneo utilizado na CEC durante as cirurgias, garantindo ao paciente um sangue mais fisiológico e de melhor qualidade.

Tópicos mais questionados sobre o uso do Cell Saver / Fonte: Cardiosurgery Post

1 – O sangue recuperado contém heparina?

NÃO. A heparina é removida durante a lavagem, pois se concentra na mesma fase do plasma após a centrifugação.

2 – Se não tem heparina mesmo, porque o teste de coagulação ativado (TCA) dá resultado incoagulável?

Isso ocorre porque os fatores de coagulação e as plaquetas não estão presentes no sangue recuperado. Sem isso, o sangue não coagula; e não pela presença da heparina.

3 – Quando reinfundo o sangue recuperado, observo piora na coagulação do paciente. Porque?

Isso pode ocorrer em casos de grande volume processado. Apenas as hemácias são reinfundidas, uma vez que plaquetas e fatores de coagulação são descartados. A piora na coagulação do paciente pode ser explicada por uma plaquetopenia dilucional.

4 – O sangue recuperado deve ser reinfundido no paciente em quanto tempo?

A bolsa de reinfusão deve ser mantida em temperatura ambiente e ser reinfundida no paciente em até 4 horas. Recomenda-se fazer a reinfusão ainda em sala cirúrgica, a fim de evitar o risco de transfusão em outro paciente, mas se for realizada na UTI, a bolsa deve estar identificada com etiqueta do paciente e com a hora que o processo foi realizado.

Referências

Ministério da Saúde – Guia para o uso de hemocomponentes: Editora do Ministério da Saúde. 

Dossiê Autotransfusão Intraoperatória – Politec Saúde / Sistema de Autotransfusão XTRA®️

www.cardiosurgerypost.com/single-post/autotransfusao-intra-operatoria 

https://www.abatransfusao.org/equipamentos

 

Coração & Perfusão

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A Circulação Sanguínea do Paciente Durante uma Cirurgia Cardíaca

Você já se perguntou como a circulação sanguínea do paciente é preservada durante uma cirurgia cardíaca?

Quase todas as cirurgias cardiovasculares necessitam do auxílio de uma máquina conhecida como CEC, que significa Circulação Extracorpórea. Seu objetivo é substituir temporariamente as funções do coração e dos pulmões, mantendo o coração inoperante e protegido durante o procedimento. Essa máquina é muito utilizada em cirurgias de peito aberto, para que seja possível ao cirurgião ter uma melhor visualização do campo cirúrgico e trabalhar com mais segurança.

Além das melhores condições de visualização do coração no momento da cirurgia, informações básicas e atualizadas do paciente, como peso, altura, exames laboratoriais e de imagens, diagnóstico e procedimento proposto são de extrema importância para o sucesso da intervenção., Por meio de dados precisos sobre o paciente, é possível calcular a superfície corpórea, o fluxo adequado, os materiais descartáveis que serão utilizados na CEC, o perfusato mais indicado para o caso, entre outras definições importantes.

O que é Perfusato?

O perfusato é o fluido utilizado na circulação extracorpórea (CEC) para garantir que o corpo continue recebendo oxigênio e nutrientes enquanto o sangue circula fora do corpo. Preparado pelo perfusionista antes do início da cirurgia, ele preenche o circuito da máquina de CEC, assegurando que todos os componentes estejam prontos para manter o equilíbrio dos órgãos durante a pausa temporária do coração e dos pulmões. O perfusato é composto por soluções balanceadas que ajudam a estabilizar os eletrólitos, a pressão arterial e o funcionamento adequado dos órgãos ao longo do procedimento.”

E qual a diferença entre “priming” e “perfusato” na circulação extracorpórea?

A diferença entre eles, está no uso e contexto dentro da circulação extracorpórea:

Priming – É o ato de preparar o circuito da máquina de circulação extracorpórea antes do procedimento cirúrgico. Isso envolve a adição de um fluido (geralmente soluções como Ringer lactato ou outros líquidos balanceados) ao circuito para eliminar o ar dos tubos e garantir que o sistema esteja pronto para receber o sangue do paciente. O priming é essencial para preparar o circuito da CEC, garantindo que ele funcione corretamente sem a presença de bolhas de ar, que poderiam ser perigosas ao paciente.

Perfusato – Refere-se ao fluido que circula no circuito da CEC junto com o sangue do paciente durante a cirurgia. O perfusato pode ser parte do priming inicial e, ao longo da cirurgia, pode ser enriquecido com drogas, eletrólitos e outros componentes necessários para manter o equilíbrio metabólico e fisiológico do paciente.

Resumindo: priming é o processo de preparo do circuito com fluido, enquanto perfusato é o fluido que circula durante a cirurgia para manter a estabilidade do organismo.

Quais cirurgias cardíacas necessitam do uso da CEC?

A circulação extracorpórea é essencial em diversas cirurgias cardíacas, como:

  • Revascularização do miocárdio (“ponte de safena”)
  • Transplante cardíaco ou pulmonar
  • Substituição valvar
  • Cirurgias de aorta
  • Cirurgias pediátricas para correção de cardiopatias congênitas

Além dessas, a CEC também pode ser utilizada na cirurgia de citorredução com HIPEC, indicada para o tratamento curativo de alguns tipos de tumores que se disseminam pelo peritônio, na cavidade abdominal (câncer peritoneal).

Qual profissional é responsável pelo controle da máquina de circulação extracorpórea durante o procedimento cirúrgico?

O Perfusionista é o profissional habilitado para conduzir a máquina de CEC, responsável pela manutenção das funções cardiorrespiratórias, equilíbrio bioquímico, hematológico e hidroeletrolítico do paciente durante o procedimento cirúrgico. Este profissional deve reunir qualidades como agilidade, atenção, compromisso, ética e muita precisão.

Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

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Conheça sua Essência

O ÚNICO responsável pelo SUCESSO na carreira é VOCÊ mesmo!

Investir em autoconhecimento é libertador e necessário, pois é uma forma de entender a si mesmo em todos os sentidos. Permite que descubra suas qualidades, suas capacidades, além dos pontos que precisam ser melhorados. Além disso, aprendemos a lidar com diversas situações e a encontrar novas oportunidades para nos desenvolvermos.

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Componentes do Circuito de Circulação Extracorpórea (CEC)

Componentes do Circuito de Circulação Extracorpórea ( CEC)

O circuito de Circulação Extracorpórea (CEC) envolve máquinas, aparelhos e materiais descartáveis, mantendo a vida do paciente durante a cirurgia cardíaca. Vamos explorar alguns componentes essenciais que colaboram para que tudo isso aconteça.

Cânulas – utilizadas para conectar o paciente ao circuito de CEC, direcionando o sangue para o reservatório venoso. Antes da CEC, o cirurgião insere cânulas venosas (Veia Cava Superior, Veia Cava Inferior ou Átrio Direito) e uma cânula arterial (Aorta). O sangue é desviado para a máquina antes de alcançar o Átrio Direito, retornando ao paciente pela Aorta e perfundindo todo corpo.

Conjunto de Tubos – composto por tubos, conectores e acessórios. Esses componentes são fundamentais para conectar as estruturas do circuito ao paciente, sendo diretamente acoplados às cânulas. Realizam um papel fundamental no transporte de solução fisiológica, sangue, água e gases durante todo o procedimento.

Reservatório Venoso – estrutura que acomoda todo o sangue proveniente do campo cirúrgico, que vem pelos aspiradores e pela linha venosa do paciente. Após essa fase, o sangue é impulsionado por uma bomba propulsora (podendo ser uma bomba centrífuga ou de rolete) em direção ao Oxigenador de Membrana. Este componente chamado de “pulmão artificial” é essencial no circuito, pois facilita as trocas gasosas, oxigena o sangue e elimina o dióxido de carbono.

Filtro Arterial – atua como uma última barreira antes do retorno do sangue ao paciente, reduzindo o risco de embolia.

Permutador de Calor está integrado ao Oxigenador de Membrana e tem a função aquecer e resfriar o sangue do paciente durante a cirurgia.

Hemoconcentrador – capaz de eliminar água, eletrólitos e pequenas substâncias do sangue. Funciona como um rim artificial, removendo o excesso de líquidos administrados durante a cirurgia.

Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

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A Importância dos Treinamentos na Equipe Multidisciplinar

Em um campo tão complexo como a cardiologia, a colaboração entre profissionais de saúde é vital!

Os treinamentos em equipe multiplicam os conhecimentos e habilidades de perfusionistas, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos e demais especialistas, proporcionando maior segurança para o paciente. A troca de experiências e a coordenação entre membros da equipe, melhoram o diagnóstico e tratamento melhorando assim o padrão de atendimento.

Eles oferecem oportunidades para aprimorar habilidades técnicas e não técnicas do profissional, atualizar conhecimentos sobre novos materiais e práticas clínicas e promover uma comunicação eficiente entre os membros da equipe.

Comunicação – O paciente é sempre o foco central de todo o processo, desde o pré-operatório, passando pelo centro cirúrgico, pós-operatório (UTI) até a alta hospitalar. Cada etapa tem sua própria demanda e envolve diferentes profissionais, por isso, a colaboração entre esses setores é essencial para garantir um cuidado abrangente e bem-sucedido.

Investir em treinamento conjunto fortalece a equipe, aumenta a eficiência operacional e, o mais importante, garante o atendimento de alta qualidade promovendo saúde e o bem-estar dos pacientes.

Foto: Workshop de ECMO – Coração & Perfusão – Simpósio de Atualização em Perfusão ALAP SP 2022

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A Circulação Extracorpórea em Pacientes de Alto Risco

A Circulação Extracorpórea em Pacientes de Alto Risco

Quando nos referimos à circulação extracorpórea em pacientes de alto risco, estamos discutindo a utilização da técnica onde os pacientes apresentam condições médicas ou fatores de risco que tornam o procedimento cirúrgico mais desafiador.

A Circulação Extracorpórea (CEC) é utilizada em cirurgias cardíacas, quando o coração precisa estar parado temporariamente e protegido, para que o cirurgião possa realizar intervenções como reparo de válvulas, revascularização coronariana, transplante cardíaco, entre outros.

Pacientes de alto risco:

➡ Pacientes com insuficiência cardíaca grave que apresentam alto risco durante a manipulação do coração.

➡ Doenças cardiovasculares: pacientes com anatomia vascular complexa, lesões cardíacas ou condições congênitas.

➡ Idosos com condições clínicas associadas.

➡ Presença de doenças associadas, como diabetes, doença pulmonar crônica ou renal, podendo complicar o manejo perioperatório.

➡ Casos de reoperações.

Para abordar a CEC em pacientes de alto risco, a equipe cirúrgica precisa considerar cuidadosamente a estratégia da CEC e as técnicas cirúrgicas específicas, minimizando complicações e otimizando os resultados. Isso pode envolver o uso de técnicas menos invasivas, estratégias de anticoagulação, monitoramento rigoroso e a colaboração interdisciplinar entre cardiologistas, cirurgiões, perfusionistas e anestesistas, com o objetivo de melhorar a segurança e eficácia do procedimento nesses pacientes específicos.

Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

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