Saboreando o Mundo com Saúde: Dicas para Uma Alimentação Segura em Viagens

Viajar é muito mais do que conhecer novos lugares. É uma jornada para o bem-estar e saúde cardiovascular.

Ao explorar diferentes culturas e lugares, você reduz o estresse, aumenta a criatividade e fortalece seu coração, além de proporcionar a oportunidade de se conectar com pessoas de diferentes origens, expandindo seus horizontes e melhorando suas habilidades sociais.

Sabemos que a alimentação é a base para uma vida saudável, mas com tantas informações desencontradas por aí, fica difícil saber o que é verdade e o que é mito.

Neste texto vamos te ajudar a desvendar os segredos de uma alimentação equilibrada e segura, para que você possa desfrutar de todos os benefícios que a comida pode oferecer, em vários destinos.

 

A Alimentação: Um Pilar para a Saúde

Tudo o que comemos influencia diretamente no nosso corpo, desde o crescimento e desenvolvimento até a prevenção de doenças.

Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes essenciais como vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis, garante o bom funcionamento do organismo. Montar um prato completo, com porções adequadas de cada grupo alimentar, é o primeiro passo para uma alimentação saudável.

No entanto, a má alimentação pode levar a diversos problemas de saúde, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. O consumo excessivo de alimentos processados, ricos em açúcar, sal e gorduras saturadas, e a falta de frutas, legumes e verduras aumentam o risco dessas doenças.

Precisamos escolher alimentos frescos e de qualidade, priorizando produtos orgânicos e de produtores locais. Além disso, a higiene na cozinha e o armazenamento correto dos alimentos previnem contaminações e intoxicações.

Alergias e intolerâncias alimentares são cada vez mais comuns e exigem atenção especial. Ao identificar e evitar os alimentos que causam reações adversas, é possível manter uma boa qualidade de vida e sua viagem mais tranquila. As necessidades nutricionais variam ao longo da vida, e a alimentação deve ser adaptada a cada fase, por exemplo, crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes têm necessidades nutricionais específicas que devem ser atendidas.

A desmistificação de mitos sobre alimentação é fundamental para fazer escolhas conscientes e baseadas em evidências científicas. Existem diversas receitas saudáveis e deliciosas que podem tornar a nossa alimentação prazerosa e nutritiva.

 

Por que viajar faz bem para a saúde?

Fugir da rotina e explorar novos lugares é mais do que apenas uma aventura; é um investimento na nossa saúde. Ao viajar, damos um tempo para o estresse e a ansiedade, permitindo que nossas mentes se renovem e encontrem novas perspectivas.

Além disso, as experiências vividas em diferentes culturas e ambientes estimulam a nossa criatividade e capacidade de adaptação, expandindo nossos horizontes e nos tornando mais resilientes. Os benefícios se estendem também para a saúde física, com atividades como caminhadas, trilhas e esportes aquáticos, que fortalecem o coração e aumentam a disposição.

Foto: Pervoy Turismo

 

Viajar nos conecta com pessoas de diferentes origens, enriquecendo nossas interações sociais e nos ajudando a desenvolver empatia e tolerância.

E mesmo em viagens a trabalho, é possível sim, encontrar momentos para a reflexão e o autoconhecimento, aprofundando nossa compreensão sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor.

 

Viaje com saúde e tranquilidade: dicas Pervoy Turismo

Viajar também exige alguns cuidados para que você possa relaxar e aproveitar cada momento. Segundo Beatriz Lima, CEO da Pervoy Turismo, “a experiência do viajante deve ser única e personalizada”.

Confira algumas dicas para garantir sua viagem tranquila e mais segura:

– Alimentação consciente: Opte por alimentos frescos e de origem conhecida, especialmente em locais com higiene duvidosa. Evite consumir alimentos crus que possam estar contaminados e dê preferência a água engarrafada ou tratada.

– Hidratação constante: Mantenha-se hidratado, especialmente em climas quentes e durante atividades físicas. Leve uma garrafinha reutilizável para garantir que você tenha água à disposição a qualquer hora.

– Prepare-se para imprevistos: Leve seus medicamentos de uso contínuo e consulte um médico antes de embarcar para verificar a necessidade de outras vacinas ou precauções.

– Proteja-se do sol: Utilize protetor solar com fator de proteção adequado, óculos de sol e chapéu, principalmente em locais com alta incidência de raios solares. Adapte-se gradualmente às mudanças de temperatura para evitar problemas de saúde.

– Cuide da sua saúde mental: Tire um tempo para relaxar, praticar atividades que você gosta e aproveitar a companhia de seus familiares e amigos.

 

OUTRAS DICAS IMPORTANTES:

– Seguro-viagem: Contrate um seguro-viagem que cubra despesas médicas e outras eventualidades.

– Higiene pessoal: Lave as mãos com frequência, especialmente antes de comer e após usar o banheiro.

– Evite atividades de risco: Se você tiver alguma condição de saúde pré-existente, consulte seu médico antes de realizar atividades físicas intensas.

– Respeite a cultura local: Informe-se sobre os costumes e tradições do lugar que você vai visitar.

– Passageiros cardíacos: Os viajantes com doença cardíaca devem observar os cuidados adequados à sua condição, além das medidas de proteção. Acesse o link para conferir esse artigo do Centro de Informação em Saúde para Viajantes

https://cives.ufrj.br/informacao/cardio/cardio-iv.html

 

E então, pronto para embarcar em uma aventura inesquecível sem se preocupar com seu bem-estar? Planeje sua viagem com cuidado, cuide da sua saúde e aproveite cada momento!

 

Fontes: Cibele Sperone – Coração & Perfusão / Beatriz Lima – Pervoy Turismo 

https://www.instagram.com/pervoyturismo/#

 

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A Importância do Checklist na Cirurgia Cardiovascular

CHECKLIST – Segurança, Eficiência, Foco, Exatidão e Humanização

A verificação do circuito durante a ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) é fundamental para o sucesso da terapia, assim como acontece na Circulação Extracorpórea (CEC) durante uma cirurgia cardíaca.

Devido à complexidade das etapas e à necessidade de atenção aos detalhes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de um checklist de segurança cirúrgica para garantir um processo mais seguro e eficiente.

O checklist não é um procedimento, mas uma ferramenta que reúne, de forma organizada, o passo a passo do que precisa ser feito. Simples, porém eficaz, ele, quando aliado ao conhecimento e às habilidades do profissional, ajuda prevenir uma série de intercorrências.

Mesmo os profissionais mais experientes estão sujeitos a falhas! Por isso, aproveite as ferramentas disponíveis para garantir a segurança de todos. Lembre-se: até pequenas intercorrências podem comprometer a segurança do paciente e o sucesso da cirurgia.

Quer saber mais? O nosso E-book sobre Gerenciamento de Risco e Prevenção de Acidentes na Circulação Extracorpórea na Cirurgia Cardíacatraz orientações práticas e planejadas sobre o tema abordado.

Nesta obra, apresento uma análise sobre acidentes de circulação extracorpórea, unindo referências acadêmicas à minha experiência profissional como BIOMÉDICA PERFUSIONISTA. O foco está nas complicações que podem ocorrer durante a perfusão, ressaltando a importância de uma identificação rápida e de precauções para minimizar os riscos. Além disso, o guia aborda práticas preventivas e protocolos de segurança para manutenção dos equipamentos, reduzindo a ocorrência de um acidente.

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“Esperamos que este trabalho seja valioso para toda equipe multidisciplinar que atua na área da saúde cardiovascular e contribua para o avanço do conhecimento e da prática na circulação extracorpórea nas cirurgias cardíacas”. 

 

 

 

 

Fonte: Cibele Sperone / Coração & Perfusão

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Transplante Cardíaco – Cuidados e Particularidades

Como funciona cada etapa do Transplante Cardíaco?

O transplante cardíaco é um procedimento cirúrgico, que se tornou uma opção viável para pacientes com doenças cardíacas graves e irreversíveis. Ele envolve a substituição do coração doente do paciente, por um coração saudável de um doador compatível, oferecendo uma nova chance de vida para aqueles que não respondem a tratamentos convencionais.

O transplante é uma opção para pacientes que apresentam comprometimento significativo da qualidade de vida e risco de morte iminente. Embora seja uma cirurgia de alto risco, pode proporcionar uma nova chance de vida para pacientes selecionados e com acompanhamento adequado.

Pode afetar pessoas de todas as idades, mas a indicação para a cirurgia depende do estado de outros órgãos como cérebro, pulmão, fígado e rins, pois se eles estiverem comprometidos, o paciente poderá não se beneficiar do transplante.

A fila única de transplantes é regida pela Secretaria de Estado da Saúde, que leva em consideração a definição de priorização, tempo de espera, tipagem sanguínea e gravidade de cada caso.

Agora, vamos explorar as etapas mais importantes de um transplante cardíaco. Fique atento, pois cada fase é essencial para o SUCESSO da cirurgia.

O início do transplante cardíaco no Brasil

No Brasil, O doutor Euryclides de Jesus Zerbini foi o primeiro médico a realizar um transplante do coração, em 26 de Maio de 1968, no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Foi o quinto cirurgião do mundo e o primeiro da América Latina e do Brasil a realizar um transplante de coração.

Funcionamento do Coração

O coração é um órgão essencial no sistema cardiovascular, responsável por bombear o sangue e garantir que o oxigênio e nutrientes cheguem a todas as células. Quando ele não funciona adequadamente, devido a condições como insuficiência cardíaca avançada, sua função é prejudicada, tornando o transplante a única alternativa para a sobrevivência de muitos pacientes.

Transplante Cardíaco

É uma cirurgia em que um coração doente é substituído por um coração saudável de um doador compatível. Essa cirurgia representa um grande avanço da medicina, oferecendo uma nova chance de vida para pessoas que enfrentam doenças cardíacas graves.

Quando o transplante é indicado?

A indicação é realizada com base detalhada nas avaliações médicas, que levam em conta a gravidade da doença, a idade, o estado de saúde e a capacidade de recuperação do paciente.

– Insuficiência cardíaca avançada: pacientes com insuficiência cardíaca avançada, quando outras terapias não são suficientes;

– Cardiomiopatia dilatada: pacientes com cardiomiopatia dilatada avançada que não respondem a terapias medicamentosas ou outros tratamentos;

– Doença coronariana avançada: indicado em casos de doença coronariana avançada, quando não há mais possibilidade de realizar nenhum tipo de intervenção cirúrgica, como a cirurgia de revascularização do miocárdio;

– Cardiopatia congênita complexa: indicado em casos de cardiopatia congênita grave sem opções de tratamento possíveis. Essa condição é caracterizada por anormalidades na estrutura ou função do coração presentes desde o nascimento;

– Doença valvar cardíaca grave: indicado em casos de doença valvar avançada, como estenose ou insuficiência valvar, onde o paciente não responde mais ao tratamento medicamentoso ou procedimentos cirúrgicos.

O preparo e as etapas da cirurgia

O processo envolve várias etapas importantes:

– Avaliação médica onde o paciente passa por exames cardiológicos, exames de sangue, testes de função pulmonar e avaliação psicológica.

– Se o paciente for considerado apto para o transplante, é colocado na lista de espera por um doador compatível. O tempo de espera pode variar de dias a tempo mais prolongado, dependendo da disponibilidade de órgãos doadores.

– Durante o período de espera, os pacientes devem manter um estilo de vida saudável, seguir rigorosamente às orientações médicas, tomar medicamentos prescritos e evitar fatores de risco.

O transplante é um procedimento de complexo e demanda o acompanhamento de toda equipe multidisciplinar altamente capacitada. O sucesso do procedimento depende da seleção cuidadosa do paciente, da compatibilidade do doador e da colaboração durante todo o processo de recuperação.

Aqui estão as etapas do procedimento de transplante de coração:

1 – Preparação pré-operatória:

O paciente é avaliado para garantir as condições adequadas para a cirurgia. São realizados exames finais e ajustes nos medicamentos, incluindo a administração de imunossupressores para prevenir a rejeição do órgão após o transplante.

2 – Recebimento do órgão:

Quando um coração compatível é encontrado, o paciente é informado e preparado para a cirurgia. O coração do doador é transportado até o centro cirúrgico, respeitando as condições ideais de conservação.

3 – Tempo cirúrgico:

Durante a cirurgia, o coração doente é removido e o coração do doador é colocado no lugar.

– Cirurgia de remoção do coração doente

No dia da cirurgia, o paciente é anestesiado e conectado a uma máquina de circulação extracorpórea (coração-pulmão artificial) para manter o fluxo sanguíneo durante a cirurgia. O coração doente é removido, deixando intactos os grandes vasos sanguíneos e as câmaras superiores do coração.

– Implante do novo coração

O coração do doador é preparado, resfriado e transportado até o local do paciente. O novo coração é conectado aos grandes vasos sanguíneos e ao átrio do paciente, utilizando pontos cirúrgicos e técnicas de sutura avançadas.

– Restauração da circulação

Após o implante do novo coração, os vasos sanguíneos são reconectados, e o coração é posicionado adequadamente. A máquina de circulação extracorpórea (CEC) é gradualmente desligada, e o novo coração começa a bater por conta própria.

4 – Monitoramento pós-operatório imediato:

Após a cirurgia, o paciente é transferido para a UTI com monitoramento intensivo dos sinais vitais, função do coração, e possíveis complicações, como rejeição, infecção ou sangramentos.

5 – Recuperação e acompanhamento contínuo:

O paciente começa a recuperação no hospital. Durante todo período a equipe acompanha de perto a função do coração transplantado, ajustando medicações e realizando exames periódicos para garantir o bom funcionamento do órgão.

6 – Alta hospitalar e reabilitação:

Após a estabilização e recuperação inicial, o paciente é liberado para casa, com orientações sobre cuidados pós-operatórios. A reabilitação inclui acompanhamento médico, adesão a medicamentos imunossupressores e apoio psicológico para adaptação à nova realidade de vida.

Todas essas etapas garantem que o transplante seja realizado de forma segura e eficaz, com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente.

Como é o pós-operatório da cirurgia?

O período pós-operatório é um estágio crítico na jornada do paciente, envolvendo:

– Monitoramento intensivo;

– Medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição do órgão transplantado e reduzir a resposta do sistema imunológico, minimizando risco de infecções;

– Reabilitação física e psicológica;

– Acompanhamento contínuo com o médico realizando exames e controlando as medicações.

Os maiores desafios

Mesmo com os avanços da medicina, os desafios persistem. A escassez de doadores compatíveis, a falta de informação sobre doação de órgãos, a complexidade dos procedimentos cirúrgicos e a necessidade de medicamentos imunossupressores de longo prazo são considerações que requerem constante atenção e pesquisa.

Apesar das limitações, o transplante de coração continua a oferecer melhorias significativas na qualidade de vida e na saúde dos pacientes.

Equipe Multidisciplinar

Uma equipe multidisciplinar desempenha um papel fundamental no acompanhamento do transplante cardíaco, garantindo que o processo seja seguro e eficaz. Composta por médicos, enfermeiros, perfusionistas, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais de saúde, a equipe atua em todas as fases do transplante, desde a avaliação inicial do paciente até o pós-operatório.

Cada membro contribui com sua expertise para monitorar o paciente; realizar o procedimento cirúrgico; ajustar tratamentos; oferecer suporte emocional e garantir a reabilitação física e psicológica. A colaboração entre esses profissionais é fundamental para melhorar as chances de sucesso do transplante e proporcionar uma recuperação mais completa e saudável para o paciente.

Saiba mais: https://www.drfernandofigueira.com.br/transplante-cardiaco

Referências

  • Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos – https://site.abto.org.br/transplante-de-coracao
  • Dr. Fernando Figueira – Cirurgião Cardiovascular – https://www.drfernandofigueira.com.br/
  • https://veja.abril.com.br/saude/ha-50-anos-acontecia-o-primeiro-transplante-de-coracao-do-brasil

Fonte: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

 

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Comunicação Interventricular (CIV)

Comunicação Interventricular (CIV): Causas, Sintomas, Tratamento e Diagnóstico

Cardiopatias Congênitas – Comunicação Interventricular (CIV). Uma das doenças cardíacas mais frequentes, acometendo de 5 a 50 / 1.000 bebês, sendo mais prevalente no sexo feminino.

A Comunicação Interventricular, também conhecida como CIV, é uma alteração na anatomia do coração que surge enquanto o feto ainda está em formação. É uma das cardiopatias congênitas mais frequentes, que se caracteriza pela presença de um ou mais orifícios no septo interventricular, permitindo a passagem de sangue do ventrículo com maior pressão para o ventrículo com menor pressão, geralmente da esquerda para a direita. 

No coração normal, o sangue do lado esquerdo é bombeado para o corpo e do lado direito para os pulmões. Quando existe essa comunicação, uma quantidade de sangue passa do ventrículo esquerdo (maior pressão) para o ventrículo direito. Este sangue já oxigenado, vai novamente para os pulmões e retorna para o lado esquerdo, sobrecarregando o coração. Nos pulmões, a sobrecarga aumenta a pressão podendo lesionar as paredes das artérias pulmonares.

O volume de sangue recebido no ventrículo direito está diretamente relacionado ao tamanho da comunicação. A sobrecarga de volume sanguíneo acarretará na piora principalmente dos sintomas respiratórios e na dificuldade em ganhar peso. Tudo isso devido às sequelas pulmonares e cardíacas causadas pelo excesso de sangue em locais que não estão preparados para essa situação. A longo prazo, os pulmões podem sofrer sequelas levando a uma doença chamada de Hipertensão Pulmonar, caso a CIV não seja fechada em tempo hábil.

CLASSIFICAÇÃO

A CIV pode ser classificada devido a diferentes critérios, como característica, localização anatômica e presença de outras anomalias cardíacas associadas. Entre as mais comuns, estão:

1. Classificação com base no tamanho:

    • Pequena: diâmetro de até 4 milímetros.
    • Média: diâmetro entre 5 e 8 milímetros.
    • Grande: diâmetro maior que 8 milímetros.

2. Classificação com base na localização:

    • CIV Muscular: localizada na porção muscular do septo interventricular.
    • CIV Perimembranosa: localizada na porção membranosa do septo interventricular, próxima à válvula tricúspide.
    • CIV Subarterial: localizada abaixo das valvas aórtica e pulmonar.

Localização anatômica em relação à crista supraventricular – estrutura muscular que separa a porção principal do ventrículo direito da porção infundibular: quando se encontram acima da crista são chamadas infundibulares e abaixo infracristais e são localizadas nas regiões do septo membranoso ou na porção muscular do septo.

3. Classificação com base na relação com outras anomalias cardíacas:

    • CIV Isolada: defeito presente sem associação com outras anomalias cardíacas.
    • CIV Complexa: defeito associado a outras malformações cardíacas, como Transposição das Grandes Artérias (TGA), Tetralogia de Fallot (T4F), Estenose Pulmonar, Coarctação de Aorta (CoAo).

Essas classificações auxiliam na compreensão da gravidade da CIV e na determinação no tratamento mais adequado. 

 

Tipos de CIV - Tamanho e Localização: Dados Importantes para Diagnóstico e Tratamento Precoce. 
Imagem: Coração & Perfusão

 

TAMANHO E LOCALIZAÇÃO

As CIVs variam em tamanho e localização. Uma CIV de tamanho pequeno pode evoluir com redução do seu diâmetro e fechamento espontâneo nos primeiros 2 anos de vida da criança, mas na maioria dos casos o tratamento cirúrgico é necessário, sendo indicado no tempo certo.

CIV PÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)

A CIV que ocorre após o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é rara, mas justifica alta mortalidade quando não é diagnosticada e tratada adequadamente. Ocorre devido a uma ruptura do septo interventricular pós-IAM associado muitas vezes a instabilidade hemodinâmica do paciente.

SINTOMAS

A presença de outras alterações cardíacas também podem influenciar nos sintomas. Uma comunicação pequena, a criança pode apresentar um sopro cardíaco exuberante, sem outras manifestações clínicas. 

Nos defeitos amplos, o sopro é mais baixo mas a criança apresenta sintomas e sinais exuberantes. Os mais comuns são baixo peso, cansaço para mamar, sudorese e extremidades mais frias. A recorrência de quadros respiratórios também pode estar relacionada com a presença da CIV.

Comunicações amplas que não foram tratadas podem gerar cianose e falta de ar em atividades. As CIVs moderadas ou grandes, causam danos ao desenvolvimento do paciente, levando ao aparecimento de sinais de insuficiência cardíaca (ICC) já nos primeiros três meses de vida.

DIAGNÓSTICO

O sopro cardíaco é o achado mais frequente nos exames clínicos. Na CIV, o turbilhonamento do sangue entre os ventrículos provoca um sopro  que pode ser ouvido durante toda a sístole (fase de contração dos ventrículos). A intensidade do sopro pode variar, dependendo do tamanho e da gravidade da CIV, e geralmente é localizada na região do ápice do coração.

O exame mais utilizado para diagnóstico é o ecocardiograma transtorácico, que fornece imagens do coração, permitindo uma análise precisa do tamanho, localização e características da doença. Com as informações obtidas, é possível fazer um diagnóstico preciso da condição, determinar a gravidade do defeito e planejar o tratamento adequado. Outros exames para confirmar o diagnóstico são o eletrocardiograma e a radiografia de tórax.

Em alguns casos, o diagnóstico pode ser feito antes do nascimento, através do ecocardiograma fetal, permitindo que o tratamento comece imediatamente após o nascimento

TRATAMENTO

O tratamento pode variar de acordo pelo tamanho e gravidade do defeito, presença de sintomas, idade e outras condições associadas. 

Observação e monitorização: casos de CIV pequena e assintomática, envolvendo consultas regulares para avaliar o tamanho e acompanhar a presença de sintomas. 

Tratamento com medicamentos: em alguns casos, o medicamentos são utilizados para controlar os sintomas associados, garantindo melhor qualidade de vida. 

Cirurgia: casos de CIV grande, persistente, sintomática ou que não se fecha espontaneamente.

Cateterismo cardíaco: em alguns casos, pode ser possível realizar o fechamento da CIV por cateterismo cardíaco. 

O tratamento da CIV é individualizado e depende das características específicas de cada paciente. É importante que o tratamento seja acompanhado por um cardiologista pediátrico, que avaliará a gravidade da doença e recomendará a melhor opção de tratamento para cada caso. 

 

Texto: Coração & Perfusão / Dr. Juliano Penha – Cirurgião Cardiovascular Pediátrico – CRM-SP 127.414 | RQE 51.118

 

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Tetralogia de Fallot: O Que Você Precisa Saber Sobre Essa Cardiopatia Congênita

Cardiopatias Congênitas – Tetralogia de Fallot (T4F)

A Tetralogia de Fallot (T4F) é uma cardiopatia congênita cianótica caracterizada por baixo fluxo de sangue que vai do coração (ventrículo direito) para os pulmões e representa cerca de 10% de todas as cardiopatias congênitas. Devido a essa condição, o paciente apresenta cianose, com tons de pele e mucosas azuladas, pois a quantidade de sangue que chega aos pulmões é menor do que o normal.

Essa cardiopatia inclui quatro defeitos cardíacos principais: 

➡ Estenose Pulmonar: Um estreitamento na via de saída da válvula pulmonar, que bloqueia o fluxo de sangue do ventrículo direito para a artéria pulmonar.

➡ Hipertrofia do Ventrículo Direito: Devido ao esforço extra causado pela pressão elevada, o músculo do ventrículo direito se torna mais espesso.

➡ Comunicação Interventricular (CIV): Um defeito que permite a passagem de sangue entre os ventrículos direito e esquerdo.

➡ Dextroposição da Aorta: A aorta se desloca para o lado direito do coração, recebendo sangue dos dois ventrículos.(“cavalgamento” da aorta sobre o septo interventricular)

O estreitamento na saída do ventrículo direito limita o fluxo de sangue para os pulmões, o que faz com que o sangue pobre em oxigênio passe do ventrículo direito para o esquerdo através do defeito do septo, indo diretamente para a aorta. O grau de cianose depende da quantidade de sangue que chega aos pulmões, variando de leve a grave.

Em casos mais severos, até que a cirurgia possa ser realizada, o bebê depende do canal arterial para sobreviver. O canal arterial é um vaso sanguíneo presente no feto que conecta a artéria pulmonar à aorta. Após o nascimento, ele normalmente se fecha nos primeiros dias de vida. No entanto, se permanecer aberto, um pouco de sangue da aorta pode retornar aos pulmões, ajudando a oxigenar o sangue.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito durante a gestação, através do ecocardiograma fetal, após a 18a semana de gestação. Após o nascimento o ecocardiograma transtorácico define com mais precisão os aspectos anatômicos. No entanto, caso exista alguma dúvida no diagnóstico ou suspeita de alguma alteração coronariana, a angiotomografia (angioCT) deve ser realizada.

Tratamento

O tratamento pode ser clínico, com a função de manter o paciente estável até a cirurgia, cirúrgico ou cateterismo, a depender da gravidade clínica e anatomia da cardiopatia.

A cirurgia pode ser dividida em etapas:

Para pacientes com idade menor do que três meses, que estejam apresentando quedas importantes de saturação de oxigênio e possuam vasos pulmonares pequenos, a cirurgia paliativa de Blalock-Thomas-Taussig dever ser realizada. O procedimento consiste na realização da conexão de um tubo entre a artéria subclávia e a artéria pulmonar, com o objetivo de garantir a chegada de sangue aos pulmões, fornecendo uma saturação de oxigênio segura para a criança até a realização da cirurgia definitiva.

Em pacientes com idade acima de três meses a correção anatômica já pode ser realizada com mais segurança, mas se o desenvolvimento do bebê estiver ocorrendo de forma segura, o ideal é realizar a cirurgia próximo do sexto mês de vida.

Correção cirúrgica

A correção anatômica consiste no fechamento da CIV, retirada da musculatura do ventrículo direito que está impedindo a chegada de sangue aos pulmões e plastia ou ampliação da valva pulmonar.

O prognóstico está relacionado aos aspectos anatômicos da valva pulmonar e ao resultado cirúrgico. Quando a anatomia da valva pulmonar é boa, e o grau de lesão residual for pequeno, o paciente tem boa qualidade de vida e pode não necessitar de outra abordagem cirúrgica no futuro. Mas se a anatomia for desfavorável, com necessidade de ampliação do anel/valva pulmonar, a insuficiência pulmonar pode ser importante. O fato de a valva pulmonar não ter uma boa função irá levar a necessidade de futuras cirurgias para troca dessa valva.

É importantíssimo o acompanhamento com especialista para que o tratamento seja realizado com segurança e no tempo certo de vida do paciente.

Quer saber mais sobre Tetralogia de Fallot?

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Defeito do Septo Atrioventricular (DSAV): Entenda as Causas e Tratamentos da Condição Cardíaca

Cardiopatias Congênitas – Defeito do Septo Atrioventricular (DSAV)

O Defeito do Septo Atrioventricular (DSAV) é uma alteração cardíaca congênita relativamente frequente, com uma incidência de aproximadamente 50 a cada 100.000 nascidos vivos, sendo muito associada à Síndrome de Down (40 a 50%).

Faz parte das cardiopatias congênitas acianóticas com hiperfluxo pulmonar, o que significa que não causa cianose (pele azulada), mas aumenta o fluxo sanguíneo nos pulmões. Essa condição ocorre devido à ausência ou deficiência das estruturas que formam o septo atrioventricular, a parede que separa as câmaras superiores (átrios) das inferiores (ventrículos) do coração.

O coração normal é dividido em quatro câmaras, sendo duas do lado direito (átrio e ventrículo direitos) e duas do lado esquerdo (átrio e ventrículo esquerdos). O lado direito é responsável pelo bombeamento do sangue venoso (não oxigenado) que retorna do corpo para os pulmões, através da artéria pulmonar. Já o lado esquerdo recebe o sangue que retorna do pulmão (já oxigenado) e é responsável por seu bombeamento ao restante do corpo, através da artéria aorta. Cada ventrículo possui uma valva: valva tricúspide com o ventrículo direito e valva mitral com o ventrículo esquerdo. O habitual é que não exista comunicação entre os dois lados do coração, não permitindo mistura de sangue entre eles.

Em um coração normal, as válvulas atrioventriculares direita (tricúspide) e esquerda (mitral) estão em planos diferentes. No DSAV, essas válvulas estão no mesmo plano, formando um único anel.

O DSAV pode ser classificado em duas formas principais:

DSAV Total (DSAVT) – Inclui uma Comunicação Interatrial (CIA) e uma Comunicação Interventricular (CIV), permitindo a passagem de sangue entre os átrios e entre os ventrículos.

DSAV Parcial – Apresenta apenas a CIA, sem a presença de CIV.

O único tratamento eficaz para o DSAV é a cirurgia, que geralmente é realizada entre 6 a 12 meses de idade em casos mais graves. Em casos mais leves, a cirurgia pode ser feita entre 3 e 4 anos de idade. A intervenção precoce é fundamental para evitar complicações pulmonares graves.

Texto: Coração & Perfusão / Parceria: Dr. Juliano Penha – Cirurgião Cardiovascular Pediátrico – CRM-SP 127.414 | RQE 51.118

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Cuidados com o Coração: Principais Cardiopatias que Podem Afetar os Pets

As doenças cardíacas são uma preocupação crescente para os tutores de cães e gatos, já que diversas cardiopatias podem afetar a saúde dos pets, comprometendo o funcionamento do coração.

Embora cães e seres humanos sejam grandes amigos, eles apresentam diferenças marcantes em diversos aspectos, especialmente no que diz respeito à saúde. As doenças cardíacas são uma preocupação crescente tanto para cães quanto para gatos, já que várias cardiopatias podem afetar a saúde dos pets, comprometendo o funcionamento do coração.

O coração é o órgão responsável por bombear sangue para todo o corpo, garantindo que o oxigênio chegue às células e que substâncias tóxicas, como o gás carbônico, sejam eliminadas. Quando ocorrem doenças cardíacas, esse equilíbrio é comprometido, danificando o músculo cardíaco e as válvulas, impactando o funcionamento do coração.

As doenças cardiovasculares são cada vez mais comuns em animais de estimação. Entre as principais estão:

  • a doença mixomatosa valvar, que causa degeneração das válvulas cardíacas;
  • a cardiomiopatia dilatada, que aumenta as câmaras do coração e reduz sua capacidade de contração;
  • a cardiomiopatia hipertrófica, que resulta no aumento do músculo ventricular, dificultando o relaxamento e diminuindo o espaço para o acúmulo de sangue.

 

Tipos de Cardiopatias Comuns em Cães e Gatos

As principais cardiopatias que afetam cães e gatos podem variar dependendo da espécie e do porte. Nos cães de pequeno porte, a degeneração da válvula mitral é a mais comum, resultando em insuficiência cardíaca pelo refluxo de sangue na válvula. Nos cães de grande porte, destaca-se a cardiomiopatia dilatada, que causa o aumento das câmaras cardíacas e enfraquece as contrações do coração. Já nos gatos, a cardiopatia mais frequente é a cardiomiopatia hipertrófica, caracterizada pelo espessamento do músculo cardíaco, dificultando o bombeamento eficiente do sangue. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida dos pets.

Alguns pets nascem com malformações cardíacas congênitas, que afetam a estrutura e a função do coração. Entre as mais comuns estão a persistência do ducto arterioso (PDA), uma falha no fechamento de um vaso sanguíneo após o nascimento, e a estenose pulmonar, que estreita a válvula pulmonar, dificultando o fluxo de sangue do coração para os pulmões.

 

O Impacto da Saúde Bucal nas Doenças Cardíacas dos Pets

Problemas dentários como acúmulo de tártaro, gengivite e periodontite podem levar à liberação de bactérias na corrente sanguínea, afetando o coração. Uma das complicações mais graves é a endocardite, uma infecção das válvulas cardíacas causada por essas bactérias, que pode comprometer seriamente o funcionamento do coração. Além disso, a má higiene bucal pode agravar cardiopatias preexistentes ou até desencadear disfunções valvares. A prevenção, por meio da escovação regular dos dentes e consultas veterinárias, é fundamental para proteger tanto a saúde bucal quanto o sistema cardiovascular dos pets.

 

Sinais de Alerta

Os principais sinais de alerta para cardiopatias em pets incluem tosse, dificuldade para respirar, perda de apetite, emagrecimento, cansaço, língua arroxeada, distensão abdominal e desmaios. O diagnóstico precoce ajuda a controlar a progressão da doença. Uma alimentação balanceada, junto com o tratamento adequado, pode contribuir significativamente para melhorar a qualidade de vida e a recuperação do animal.

 

Causas mais Comuns da Cardiopatia Canina

As causas mais comuns da cardiopatia canina incluem fatores genéticos, idade avançada, obesidade, sedentarismo e alimentação saudável. Raças específicas têm maior predisposição genética para doenças cardíacas, enquanto o envelhecimento natural do coração, associado ao excesso de peso e à falta de exercícios, sobrecarrega o órgão. Uma dieta desregulada também aumenta o risco de problemas cardíacos. Muitas vezes, esses fatores estão interligados, contribuindo conjuntamente para o desenvolvimento da cardiopatia.

     

    Avanços no Tratamento de Cardiopatias em Pets

    A medicina veterinária tem evoluído consideravelmente, permitindo diagnósticos precisos e tratamentos definitivos para muitas dessas condições. Atualmente, contamos com cardiologistas especializados, que utilizam tecnologia avançada de ecocardiografia, e cirurgiões capacitados para realizar correções por meio de cirurgias abertas e procedimentos mais complexos.

    Essas condições, quando diagnosticadas precocemente, podem ser tratadas com sucesso por meio de cirurgias ou procedimentos de cateterismo, proporcionando aos animais uma melhora significativa na qualidade de vida e aumento da sobrevida.

    A colaboração com profissionais da medicina humana também tem contribuído muito para o avanço dos procedimentos complexos, garantindo maior sobrevida e melhor qualidade de vida para nossos pacientes da quatro patas.

     

    Texto: Coração & Perfusão – Parceria: Dr. Igor Pelicano Ribeiro – Médico Veterinário / Cirurgia Torácica e Vascular

     

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    Sistema de Autotransfusão XTRA®

    Autotransfusão Intraoperatória – CELL SAVER

    Autotransfusão Intraoperatória: Uma Alternativa para Reduzir o Uso de Hemocomponentes em Cirurgias

    As cirurgias cardíacas frequentemente envolvem uma perda significativa de sangue, levando à necessidade de transfusões sanguíneas em muitos casos. Contudo, esta prática enfrenta desafios, como a escassez de hemoderivados devido à alta demanda em diversas áreas da medicina e ao número reduzido de doadores. Além disso, as transfusões podem acarretar complicações pós-operatórias e nem sempre são aceitas pelos pacientes, seja por questões de saúde, religiosas ou pessoais.

    Desta forma, a Autotransfusão Intraoperatória pode ser uma alternativa da equipe cirúrgica evitando assim o uso de hemocomponentes.

    A utilização de uma técnica denominada Cell Saver durante a cirurgia cardíaca, permite que o sangue perdido no campo cirúrgico seja aspirado, lavado e reinfundido no paciente, podendo recuperar em até 90% das hemácias perdidas durante a cirurgia. Uma técnica segura e eficaz; que reduz aproximadamente 50% a utilização de hemoderivados, diminuindo as complicações pós-operatórias e reduzindo o tempo de internação e de infecções associadas. Em geral o uso do Cell Saver proporciona uma boa relação custo/benefício em cirurgias com perda mínima de sangue e que não possua contra-indicações para uso dessa técnica.

    Como funciona?

    O sangue do campo é aspirado pela máquina, armazenado, filtrado e centrifugado para concentrar as hemácias e separá-las dos demais componentes. As hemácias são lavadas com uma solução salina removendo os produtos endógenos e os produtos introduzidos no campo cirúrgico. Com isso são removidos restos de fibrina circulante, medicamentos dissolvidos no sangue, microagregados, hemoglobina livre, fatores pró-coagulantes e heparina (usada no processo de aspiração do sangue do campo cirúrgico). Assim, as hemácias lavadas são suspensas em solução salina e são encaminhadas para uma bolsa de reinfusão, prontas para serem transfundidas no paciente.

     

    INDICAÇÕES x CONTRA-INDICAÇÕES

    Indicações:

    • Pacientes com perda estimada acima de 1 L ou 20% do volume de sangue
    • Pacientes que apresentam anemia ou fatores de risco aumentados para sangramento
    • Pacientes com grupo sanguíneo raro ou sensibilizados por politransfusões anteriores
    • Pacientes Testemunhas de Jeová
    • Indicações cirúrgicas, como cirurgias cardíacas e vasculares: revascularizações do miocárdio, trocas de valva, cirurgias com ou sem uso de CEC, aneurismas tóraco-abdominais
    • Em casos de reoperações
    • Cirurgias Ortopédicas: cirurgias extensas de coluna espinal (escoliose e artrodese); próteses de fêmur e quadril, revisões, próteses de joelho e ombro (bilaterais)
    • Cirurgias Urológicas: prostatectomias radicais retropúbicas, cistectomias (retirada da bexiga), nefrectomias (retirada dos rins)
    • Neurocirurgia: aneurismas basilares
    • Transplantes de fígado, rins, coração

    O **Cell Saver** também é uma ferramenta avançada em cirurgias ginecológicas, especialmente em procedimentos que podem resultar em perda significativa de sangue, como histerectomias, miomectomias e cirurgias oncológicas.

    Contra-indicações relativas:

    • Cirurgias contaminadas
    • Cirurgias oncológicas (perigo de disseminação de células malignas)

     

    VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA AUTOTRANSFUSÃO INTRAOPERATÓRIA

    • Redução de aproximadamente 50% a utilização de sangue homólogo
    • Diminuição das complicações pós-operatórias, associada a uma redução do número de dias de internamento e de infecções associadas
    • Boa relação custo/benefício, em particular a partir da segunda unidade de sangue recuperado especialidades cardíaca, ortopédica e vascular
    • Não induz a significativa coagulopatia clínica
    • Elimina risco de transmissão de doenças infectocontagiosas
    • Elimina risco de incompatibilidade ABO
    • Previne reações transfusionais
    • Elimina a TRALI (transfusion-related acute lung injury)
    • Elimina a doença Enxerto X Hospedeiro
    • Imediata disponibilidade de sangue fresco
    • Diminui a demanda por sangue homólogo
    • Opção em caso de grupos sanguíneos raros e anticorpos (pacientes sensibilizados)
    • As hemácias são reinfundidas à temperatura ambiente
    • As hemácias recuperadas têm maior capacidade de transporte de oxigênio do que aquelas contidas nas unidades de concentrados de hemácias, homólogas, estocadas nos bancos de sangue

     

    CUSTO-BENEFÍCIO

    Os procedimentos de recuperação intraoperatória de sangue costumam ter uma boa relação custo-benefício em cirurgias com perda mínima, geralmente equivalente a 2 unidades de concentração de hemácias, e que não apresentam contraindicações para a técnica. Nos transplantes de fígado, a autotransfusão intraoperatória é uma opção econômica para fornecer transfusões imediatas, permitindo a recuperação de litros de sangue que podem ser devolvidos rapidamente ao paciente.

    Doe sangue!! Uma simples atitude pode salvar muitas vidas!

     

    Material fornecido: Dossiê Autotransfusão Intraoperatória – Politec Saúde / Sistema de Autotransfusão XTRA®️

    Coração & Perfusão

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    A Circulação Sanguínea do Paciente Durante uma Cirurgia Cardíaca

    Você já se perguntou como a circulação sanguínea do paciente é preservada durante uma cirurgia cardíaca?

    Quase todas as cirurgias cardiovasculares necessitam do auxílio de uma máquina conhecida como CEC, que significa Circulação Extracorpórea. Seu objetivo é substituir temporariamente as funções do coração e dos pulmões, mantendo o coração inoperante e protegido durante o procedimento. Essa máquina é muito utilizada em cirurgias de peito aberto, para que seja possível ao cirurgião ter uma melhor visualização do campo cirúrgico e trabalhar com mais segurança.

    Além das melhores condições de visualização do coração no momento da cirurgia, informações básicas e atualizadas do paciente, como peso, altura, exames laboratoriais e de imagens, diagnóstico e procedimento proposto são de extrema importância para o sucesso da intervenção., Por meio de dados precisos sobre o paciente, é possível calcular a superfície corpórea, o fluxo adequado, os materiais descartáveis que serão utilizados na CEC, o perfusato mais indicado para o caso, entre outras definições importantes.

    O que é Perfusato?

    O perfusato é o fluido utilizado na circulação extracorpórea (CEC) para garantir que o corpo continue recebendo oxigênio e nutrientes enquanto o sangue circula fora do corpo. Preparado pelo perfusionista antes do início da cirurgia, ele preenche o circuito da máquina de CEC, assegurando que todos os componentes estejam prontos para manter o equilíbrio dos órgãos durante a pausa temporária do coração e dos pulmões. O perfusato é composto por soluções balanceadas que ajudam a estabilizar os eletrólitos, a pressão arterial e o funcionamento adequado dos órgãos ao longo do procedimento.”

    E qual a diferença entre “priming” e “perfusato” na circulação extracorpórea?

    A diferença entre eles, está no uso e contexto dentro da circulação extracorpórea:

    Priming – É o ato de preparar o circuito da máquina de circulação extracorpórea antes do procedimento cirúrgico. Isso envolve a adição de um fluido (geralmente soluções como Ringer lactato ou outros líquidos balanceados) ao circuito para eliminar o ar dos tubos e garantir que o sistema esteja pronto para receber o sangue do paciente. O priming é essencial para preparar o circuito da CEC, garantindo que ele funcione corretamente sem a presença de bolhas de ar, que poderiam ser perigosas ao paciente.

    Perfusato – Refere-se ao fluido que circula no circuito da CEC junto com o sangue do paciente durante a cirurgia. O perfusato pode ser parte do priming inicial e, ao longo da cirurgia, pode ser enriquecido com drogas, eletrólitos e outros componentes necessários para manter o equilíbrio metabólico e fisiológico do paciente.

    Resumindo: priming é o processo de preparo do circuito com fluido, enquanto perfusato é o fluido que circula durante a cirurgia para manter a estabilidade do organismo.

    Quais cirurgias cardíacas necessitam do uso da CEC?

    A circulação extracorpórea é essencial em diversas cirurgias cardíacas, como:

    • Revascularização do miocárdio (“ponte de safena”)
    • Transplante cardíaco ou pulmonar
    • Substituição valvar
    • Cirurgias de aorta
    • Cirurgias pediátricas para correção de cardiopatias congênitas

    Além dessas, a CEC também pode ser utilizada na cirurgia de citorredução com HIPEC, indicada para o tratamento curativo de alguns tipos de tumores que se disseminam pelo peritônio, na cavidade abdominal (câncer peritoneal).

    Qual profissional é responsável pelo controle da máquina de circulação extracorpórea durante o procedimento cirúrgico?

    O Perfusionista é o profissional habilitado para conduzir a máquina de CEC, responsável pela manutenção das funções cardiorrespiratórias, equilíbrio bioquímico, hematológico e hidroeletrolítico do paciente durante o procedimento cirúrgico. Este profissional deve reunir qualidades como agilidade, atenção, compromisso, ética e muita precisão.

    Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

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