Sistema de Autotransfusão XTRA®

Autotransfusão Intraoperatória – CELL SAVER

Autotransfusão Intraoperatória: Uma Alternativa para Reduzir o Uso de Hemocomponentes em Cirurgias

As cirurgias cardíacas frequentemente envolvem uma perda significativa de sangue, levando à necessidade de transfusões sanguíneas em muitos casos. Contudo, esta prática enfrenta desafios, como a escassez de hemoderivados devido à alta demanda em diversas áreas da medicina e ao número reduzido de doadores. Além disso, as transfusões podem acarretar complicações pós-operatórias e nem sempre são aceitas pelos pacientes, seja por questões de saúde, religiosas ou pessoais.

Desta forma, a Autotransfusão Intraoperatória pode ser uma alternativa da equipe cirúrgica evitando assim o uso de hemocomponentes.

A utilização de uma técnica denominada Cell Saver durante a cirurgia cardíaca, permite que o sangue perdido no campo cirúrgico seja aspirado, lavado e reinfundido no paciente, podendo recuperar em até 90% das hemácias perdidas durante a cirurgia. Uma técnica segura e eficaz; que reduz aproximadamente 50% a utilização de hemoderivados, diminuindo as complicações pós-operatórias e reduzindo o tempo de internação e de infecções associadas. Em geral o uso do Cell Saver proporciona uma boa relação custo/benefício em cirurgias com perda mínima de sangue e que não possua contra-indicações para uso dessa técnica.

Como funciona?

O sangue do campo é aspirado pela máquina, armazenado, filtrado e centrifugado para concentrar as hemácias e separá-las dos demais componentes. As hemácias são lavadas com uma solução salina removendo os produtos endógenos e os produtos introduzidos no campo cirúrgico. Com isso são removidos restos de fibrina circulante, medicamentos dissolvidos no sangue, microagregados, hemoglobina livre, fatores pró-coagulantes e heparina (usada no processo de aspiração do sangue do campo cirúrgico). Assim, as hemácias lavadas são suspensas em solução salina e são encaminhadas para uma bolsa de reinfusão, prontas para serem transfundidas no paciente.

 

INDICAÇÕES x CONTRA-INDICAÇÕES

Indicações:

  • Pacientes com perda estimada acima de 1 L ou 20% do volume de sangue
  • Pacientes que apresentam anemia ou fatores de risco aumentados para sangramento
  • Pacientes com grupo sanguíneo raro ou sensibilizados por politransfusões anteriores
  • Pacientes Testemunhas de Jeová
  • Indicações cirúrgicas, como cirurgias cardíacas e vasculares: revascularizações do miocárdio, trocas de valva, cirurgias com ou sem uso de CEC, aneurismas tóraco-abdominais
  • Em casos de reoperações
  • Cirurgias Ortopédicas: cirurgias extensas de coluna espinal (escoliose e artrodese); próteses de fêmur e quadril, revisões, próteses de joelho e ombro (bilaterais)
  • Cirurgias Urológicas: prostatectomias radicais retropúbicas, cistectomias (retirada da bexiga), nefrectomias (retirada dos rins)
  • Neurocirurgia: aneurismas basilares
  • Transplantes de fígado, rins, coração

O **Cell Saver** também é uma ferramenta avançada em cirurgias ginecológicas, especialmente em procedimentos que podem resultar em perda significativa de sangue, como histerectomias, miomectomias e cirurgias oncológicas.

Contra-indicações relativas:

  • Cirurgias contaminadas
  • Cirurgias oncológicas (perigo de disseminação de células malignas)

 

VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA AUTOTRANSFUSÃO INTRAOPERATÓRIA

  • Redução de aproximadamente 50% a utilização de sangue homólogo
  • Diminuição das complicações pós-operatórias, associada a uma redução do número de dias de internamento e de infecções associadas
  • Boa relação custo/benefício, em particular a partir da segunda unidade de sangue recuperado especialidades cardíaca, ortopédica e vascular
  • Não induz a significativa coagulopatia clínica
  • Elimina risco de transmissão de doenças infectocontagiosas
  • Elimina risco de incompatibilidade ABO
  • Previne reações transfusionais
  • Elimina a TRALI (transfusion-related acute lung injury)
  • Elimina a doença Enxerto X Hospedeiro
  • Imediata disponibilidade de sangue fresco
  • Diminui a demanda por sangue homólogo
  • Opção em caso de grupos sanguíneos raros e anticorpos (pacientes sensibilizados)
  • As hemácias são reinfundidas à temperatura ambiente
  • As hemácias recuperadas têm maior capacidade de transporte de oxigênio do que aquelas contidas nas unidades de concentrados de hemácias, homólogas, estocadas nos bancos de sangue

 

CUSTO-BENEFÍCIO

Os procedimentos de recuperação intraoperatória de sangue costumam ter uma boa relação custo-benefício em cirurgias com perda mínima, geralmente equivalente a 2 unidades de concentração de hemácias, e que não apresentam contraindicações para a técnica. Nos transplantes de fígado, a autotransfusão intraoperatória é uma opção econômica para fornecer transfusões imediatas, permitindo a recuperação de litros de sangue que podem ser devolvidos rapidamente ao paciente.

Doe sangue!! Uma simples atitude pode salvar muitas vidas!

 

Material fornecido: Dossiê Autotransfusão Intraoperatória – Politec Saúde / Sistema de Autotransfusão XTRA®️

Coração & Perfusão

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A Circulação Sanguínea do Paciente Durante uma Cirurgia Cardíaca

Você já se perguntou como a circulação sanguínea do paciente é preservada durante uma cirurgia cardíaca?

Quase todas as cirurgias cardiovasculares necessitam do auxílio de uma máquina conhecida como CEC, que significa Circulação Extracorpórea. Seu objetivo é substituir temporariamente as funções do coração e dos pulmões, mantendo o coração inoperante e protegido durante o procedimento. Essa máquina é muito utilizada em cirurgias de peito aberto, para que seja possível ao cirurgião ter uma melhor visualização do campo cirúrgico e trabalhar com mais segurança.

Além das melhores condições de visualização do coração no momento da cirurgia, informações básicas e atualizadas do paciente, como peso, altura, exames laboratoriais e de imagens, diagnóstico e procedimento proposto são de extrema importância para o sucesso da intervenção., Por meio de dados precisos sobre o paciente, é possível calcular a superfície corpórea, o fluxo adequado, os materiais descartáveis que serão utilizados na CEC, o perfusato mais indicado para o caso, entre outras definições importantes.

O que é Perfusato?

O perfusato é o fluido utilizado na circulação extracorpórea (CEC) para garantir que o corpo continue recebendo oxigênio e nutrientes enquanto o sangue circula fora do corpo. Preparado pelo perfusionista antes do início da cirurgia, ele preenche o circuito da máquina de CEC, assegurando que todos os componentes estejam prontos para manter o equilíbrio dos órgãos durante a pausa temporária do coração e dos pulmões. O perfusato é composto por soluções balanceadas que ajudam a estabilizar os eletrólitos, a pressão arterial e o funcionamento adequado dos órgãos ao longo do procedimento.”

E qual a diferença entre “priming” e “perfusato” na circulação extracorpórea?

A diferença entre eles, está no uso e contexto dentro da circulação extracorpórea:

Priming – É o ato de preparar o circuito da máquina de circulação extracorpórea antes do procedimento cirúrgico. Isso envolve a adição de um fluido (geralmente soluções como Ringer lactato ou outros líquidos balanceados) ao circuito para eliminar o ar dos tubos e garantir que o sistema esteja pronto para receber o sangue do paciente. O priming é essencial para preparar o circuito da CEC, garantindo que ele funcione corretamente sem a presença de bolhas de ar, que poderiam ser perigosas ao paciente.

Perfusato – Refere-se ao fluido que circula no circuito da CEC junto com o sangue do paciente durante a cirurgia. O perfusato pode ser parte do priming inicial e, ao longo da cirurgia, pode ser enriquecido com drogas, eletrólitos e outros componentes necessários para manter o equilíbrio metabólico e fisiológico do paciente.

Resumindo: priming é o processo de preparo do circuito com fluido, enquanto perfusato é o fluido que circula durante a cirurgia para manter a estabilidade do organismo.

Quais cirurgias cardíacas necessitam do uso da CEC?

A circulação extracorpórea é essencial em diversas cirurgias cardíacas, como:

  • Revascularização do miocárdio (“ponte de safena”)
  • Transplante cardíaco ou pulmonar
  • Substituição valvar
  • Cirurgias de aorta
  • Cirurgias pediátricas para correção de cardiopatias congênitas

Além dessas, a CEC também pode ser utilizada na cirurgia de citorredução com HIPEC, indicada para o tratamento curativo de alguns tipos de tumores que se disseminam pelo peritônio, na cavidade abdominal (câncer peritoneal).

Qual profissional é responsável pelo controle da máquina de circulação extracorpórea durante o procedimento cirúrgico?

O Perfusionista é o profissional habilitado para conduzir a máquina de CEC, responsável pela manutenção das funções cardiorrespiratórias, equilíbrio bioquímico, hematológico e hidroeletrolítico do paciente durante o procedimento cirúrgico. Este profissional deve reunir qualidades como agilidade, atenção, compromisso, ética e muita precisão.

Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

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Conheça sua Essência

O ÚNICO responsável pelo SUCESSO na carreira é VOCÊ mesmo!

Investir em autoconhecimento é libertador e necessário, pois é uma forma de entender a si mesmo em todos os sentidos. Permite que descubra suas qualidades, suas capacidades, além dos pontos que precisam ser melhorados. Além disso, aprendemos a lidar com diversas situações e a encontrar novas oportunidades para nos desenvolvermos.

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A Importância dos Treinamentos na Equipe Multidisciplinar

Em um campo tão complexo como a cardiologia, a colaboração entre profissionais de saúde é vital!

Os treinamentos em equipe multiplicam os conhecimentos e habilidades de perfusionistas, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos e demais especialistas, proporcionando maior segurança para o paciente. A troca de experiências e a coordenação entre membros da equipe, melhoram o diagnóstico e tratamento melhorando assim o padrão de atendimento.

Eles oferecem oportunidades para aprimorar habilidades técnicas e não técnicas do profissional, atualizar conhecimentos sobre novos materiais e práticas clínicas e promover uma comunicação eficiente entre os membros da equipe.

Comunicação – O paciente é sempre o foco central de todo o processo, desde o pré-operatório, passando pelo centro cirúrgico, pós-operatório (UTI) até a alta hospitalar. Cada etapa tem sua própria demanda e envolve diferentes profissionais, por isso, a colaboração entre esses setores é essencial para garantir um cuidado abrangente e bem-sucedido.

Investir em treinamento conjunto fortalece a equipe, aumenta a eficiência operacional e, o mais importante, garante o atendimento de alta qualidade promovendo saúde e o bem-estar dos pacientes.

Foto: Workshop de ECMO – Coração & Perfusão – Simpósio de Atualização em Perfusão ALAP SP 2022

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A Circulação Extracorpórea em Pacientes de Alto Risco

A Circulação Extracorpórea em Pacientes de Alto Risco

Quando nos referimos à circulação extracorpórea em pacientes de alto risco, estamos discutindo a utilização da técnica onde os pacientes apresentam condições médicas ou fatores de risco que tornam o procedimento cirúrgico mais desafiador.

A Circulação Extracorpórea (CEC) é utilizada em cirurgias cardíacas, quando o coração precisa estar parado temporariamente e protegido, para que o cirurgião possa realizar intervenções como reparo de válvulas, revascularização coronariana, transplante cardíaco, entre outros.

Pacientes de alto risco:

➡ Pacientes com insuficiência cardíaca grave que apresentam alto risco durante a manipulação do coração.

➡ Doenças cardiovasculares: pacientes com anatomia vascular complexa, lesões cardíacas ou condições congênitas.

➡ Idosos com condições clínicas associadas.

➡ Presença de doenças associadas, como diabetes, doença pulmonar crônica ou renal, podendo complicar o manejo perioperatório.

➡ Casos de reoperações.

Para abordar a CEC em pacientes de alto risco, a equipe cirúrgica precisa considerar cuidadosamente a estratégia da CEC e as técnicas cirúrgicas específicas, minimizando complicações e otimizando os resultados. Isso pode envolver o uso de técnicas menos invasivas, estratégias de anticoagulação, monitoramento rigoroso e a colaboração interdisciplinar entre cardiologistas, cirurgiões, perfusionistas e anestesistas, com o objetivo de melhorar a segurança e eficácia do procedimento nesses pacientes específicos.

Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

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